O levantamento realizado pela DATAGRO Grãos mostra que, até o dia 2 de junho, a comercialização brasileira da safra 2022/23 de soja atingiu 58,6% da produção esperada, muito abaixo dos 69,9% em igual período do ano passado, dos 87,5% do recorde da safra 2019/20 e da média dos últimos cinco anos, de 75,2%.
O avanço mensal foi de 7,0 pontos percentuais, aquém dos 8,6 p.p. registrados no mês anterior e dos 7,8 p.p. da média normal. “Confirmando nossa expectativa, e a exemplo do que vimos nos meses anteriores, essas vendas aconteceram mesmo com nova queda expressiva nos preços”, ressalta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.
França Junior explica que os produtores foram “forçados” a vender para cumprir compromissos financeiros assumidos anteriormente, principalmente os relacionados aos gastos em custeio. “Assim como por conta da necessidade de esvaziar os armazéns para se preparar para o recebimento de uma safra recorde de milho, que começa a entrar no mercado a partir deste mês”.
Considerando a estimativa de produção atualizada em 155,9 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 91,4 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava relativamente maior, mas menor em termos absolutos, chegando a 91,3 mi de t.
Safra 2023/24
No caso da safra 2023/24, o mês de maio foi novamente de negociações tímidas na soja, com apenas 6,5% da expectativa de produção compromissada, avanço mensal de 2,2 p.p., em linha com os 2,1 p.p. em semelhante período do ano passado, mas inferior aos 3,6 p.p. da média normal. Dessa forma, o ritmo permanece distante dos 11,7% compromissados em 2022, dos 33,1% do recorde da safra 2020/21 e da média plurianual, de 17,6%.
Milho
O levantamento da DATAGRO Grãos mostra que a comercialização do milho da safra de verão 2022/23 no Centro-Sul do Brasil avançou 9,3 p.p., abaixo da média normal para o período, de 11,6 p.p. Com isso, as vendas alcançaram 49,2% da produção esperada, contra 58,6% em igual momento de 2022 e 64,4% na média dos últimos 5 anos.
Com previsão de safra revisada para 19,5 mi de t, os produtores comercializaram 9,6 mi de t.
A comercialização da safra de inverno 2023 da região, revisada para 92,9 mi de t, chegou a 34,3%, contra 26,7% no levantamento anterior, 38,6% na mesma data do ano passado e média dos últimos 5 anos de 51,3%.
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