Com Selic mais alta, portabilidade do financiamento imobiliário é uma alternativa, diz especialista

Copom fez um reajuste para brecar a inflação

A taxa básica de juros, a Selic é a referência para os demais juros da economia e é definida pelo Copom em oito reuniões ordinárias ao longo do ano. Um dos reflexos da baixa da Selic são os juros imobiliários, que também diminuem para motivar o consumo e compra de imóveis, mantendo a movimentação da economia.

No ano passado, alguns bancos chegaram a oferecer taxas de financiamento de até 6,99% ao ano, tendo sido um ótimo momento para investir na compra de um imóvel.

Para motivo de comparação, em 2015, a Selic estava em 14,5% ao ano. Até o começo deste mês, estava em 2% até que o Copom fez um reajuste para brecar a inflação e aumentou para 2,75%. De qualquer forma, mesmo com esse acréscimo, o mercado imobiliário deverá se manter aquecido.

Financiamento imobiliário

Para pessoas que tem um financiamento ativo de um imóvel pronto, anterior às baixas dos juros, é possível realizar a ‘portabilidade do financiamento imobiliário’, com o grande objetivo de reduzir a taxa do financiamento atual.

Criado em 2013, este mecanismo possibilita a transferência da dívida para outro banco com taxa de juros menor. Quem fez um empréstimo imobiliário há 5 anos, por exemplo, paga juros próximos a 12%, 13% ao ano, sendo que poderiam estar pagando próximo de 6,99%, gerando uma grande economia na contabilidade doméstica.

Mesmo com a Selic em 2,75% os bancos deverão manter os juros de financiamento abaixo do que em anos anteriores e, por isso, a portabilidade é uma opção muito válida neste momento.

Para a fazer o processo, é preciso saber que existem algumas regras, alerta Fernanda Machado, cofundadora da startup Felí, uma correspondente bancário digital, especialista em financiamento imobiliário.

“Uma delas é que a nova negociação vai seguir os mesmos critérios da primeira contratação. Então, se o cliente segue tabela PRICE, ela vai se manter na PRICE. Outro ponto que também não muda é a quantidade de parcelas. Se estiverem faltando, por exemplo, 30 parcelas, serão as mesmas 30, porém, como as taxas de juros serão menores, serão geradas parcelas mais baratas e um saldo devedor menor”, afirma Fernanda.

Portabilidade

A portabilidade pode ser feita no mesmo banco ou o interessado pode mudar de banco, procurando uma instituição que lhe ofereça taxa menor.

Todo o processo pode ser feito diretamente pela pessoa interessada junto ao seu banco ou através de um correspondente bancário, que tem expertise nos trâmites internos dos bancos e consegue acelerar o processo.

Essa jornada passa inicialmente por quatro etapas. O primeiro deles é a pré-análise de toda documentação do primeiro financiamento para saber se o cliente é apto à portabilidade. O segundo, é a aprovação do novo crédito, consultando as possibilidades de pagamento. Na sequência, a contratação do novo crédito e, por fim, o registro do novo contrato.

Simulação

Em uma simulação, uma pessoa que financiou um imóvel que vale R﹩ 310 mil com juros de 9,14% ao ano e vai pagar em 346 meses, o valor total ao final do financiamento vai ser em torno de R﹩ 371 mil.

Com a portabilidade e calculando com juros de 6,99% ao ano que é hoje praticado no mercado, o valor final pode chegar a R﹩ 320.312, sendo uma economia de quase R﹩ 51 mil, reduzindo praticamente R﹩ 200 no valor das parcelas e uma economia anual de R﹩ 2.4 mil.

As pessoas interessadas em se candidatar à portabilidade podem entrar aqui.

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