Não subestime as atuais incertezas geopolíticas, foi o presente de despedida de Sergio Ermotti ao entregar seus últimos resultados como chefe do banco suíço UBS.
Em declarações à CNBC nesta terça-feira (20), ele disse: “Falamos muito sobre estímulo e questões relacionadas à Covid, mas as incertezas geopolíticas na Europa e também na relação sino-americana ainda existem e estão aí para ficar. Portanto, não devemos subestime isso.”
Os políticos
Os políticos europeus têm lutado para aliviar as tensões com a Turquia, Rússia e Bielo-Rússia – apenas para citar alguns problemas recentes. Ao mesmo tempo, a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China não foi totalmente resolvida, apesar da assinatura de um acordo de “fase um”.
Além disso, há muito foco em quem vencerá as eleições presidenciais dos EUA, que ocorrerão no próximo mês.
UBS
Ermotti, que ingressou no UBS em 2011 e se tornou presidente-executivo em 2014, acredita que os investidores mudarão as posições de seu portfólio no período que antecede a votação.
“Pesquisas com investidores, pesquisas com clientes que fazemos nos dizem que muito provavelmente veremos, antes das eleições e depois das eleições, uma mudança na alocação de seus ativos”, disse Ermotti a Geoff Cutmore da CNBC.
Diferenças políticas
Ele explicou que os investidores terão que reagir rapidamente às diferentes políticas, dependendo de quem vence entre o titular Donald Trump e o rival democrata Joe Biden.
“Você pode ter planos tributários e estímulos fiscais completamente diferentes sendo implementados de certas maneiras, favorecendo certos setores”, disse ele.
Diferentes geografias
Olhando para diferentes geografias, Ermotti acredita que há maiores oportunidades de crescimento nos mercados asiático e americano, já que a Europa ainda carece de competitividade.
Ermotti começou no UBS no auge da crise da dívida da zona do euro em 2011, que coincidiu com a raiva pública em relação ao setor bancário por ter contribuído para um dos piores choques financeiros da história.
Lições
No entanto, Ermotti acredita que os bancos aprenderam suas lições e conseguiram melhorar sua reputação nos últimos anos, dizendo que “os bancos são feitos de humanos e os humanos são um reflexo da sociedade. Não acredito que os bancos sejam, particularmente, (a) mau ator.”
“Os bancos têm demonstrado a capacidade de se adaptar e aprender as lições com nossos erros durante a crise financeira. Aliás, não fomos os únicos a errar lá, mas hoje acho que a imagem dos bancos melhorou drasticamente”, disse.
Ermotti deixará o maior gestor de fortunas do mundo no final deste mês.
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