Bolsa: fundos imobiliários caminham para um milhão de cotistas na B3 neste mês

A B3 (B3SA3), ou a Bolsa brasileira, informou que já conta com 957 mil investidores com posição em custódia no mês de julho, alta de cerca de 50% em sete meses.

O levantamento consta de seu último boletim e diz respeito aos FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários).

Para equipe da XP Investimentos, o feito histórico tem data marcada para acontecer.

“Pelas nossas contas, bate um milhão em 26 de agosto”, disse o chefe da área de distribuição de fundos listados na XP, Giancarlo Gentiluomo.

FIIS X Taxas de Juros

Segundo Gentiluomo, a forte correlação negativa dos FIIs com as taxas de juros ajuda no desenvolvimento dessa classe de ativo e que o Brasil entrou em um ambiente de juro de longo prazo baixo, não apenas de curto prazo, espelhado pela Selic a 2% ao ano.

“Ainda há muito espaço para [o número de cotistas] crescer”, disse à Reuters.

Nem a forte volatilidade no final do primeiro trimestre em razão dos efeitos da pandemia de Covid-19 no país, quando o Ifix, índice de referência do segmento na bolsa, fechou em queda de 13,2% em apenas um dia, reverteu o interesse.

Tampouco preocupações sobre vacância ou potenciais rendimentos menores diante do isolamento social, que fechou vários estabelecimentos e estão fazendo muitas empresas repensarem seus ambientes de trabalho, minaram o movimento.

Para ele, o crescimento do número de novos participantes nestes fundos tem ocorrido em todos os meses do ano.

Valor de mercado

Segundo a Bolsa, em junho, o patrimônio líquido (PL) dos fundos negociados em bolsa chegava a R$ 105 bilhões, enquanto o valor de mercado estava em R$ 100 bilhões.

No final de 2019, eram de R$ 87 bilhões e R$ 101 bilhões, respectivamente.

Sócio e gestor responsável pelos fundos imobiliários da Kinea, Carlos Martins disse à Reuters que além dos juros serem um indutor para olhar qualquer opção financeira que seja mais alternativa em termos de investimentos, o gosto do brasileiro por imóveis também tende a favorecer a procura por FIIs.

“As pessoas estão se acostumando com a classe de ativos”, afirma, citando que muitos investidores que no passado optariam em comprar um imóvel estão buscando FIIs em busca de maior liquidez e para terceirizar o trabalho.

IFIX

Em 2020, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) acumula queda de 14%, contra declínio parecido do Ibovespa, referência do mercado de ações.

Até junho, porém, o Ifix caía 12,2% no ano, contra declínio de 17,8% do Ibovespa.

Já o Credit Suisse chamou a atenção para quantidade de emissões públicas visualizadas e giro de posições entre as razões para um desempenho do Ifix no mês passado pior do que o Ibovespa.

Foram R$ 13 bilhões em 37 ofertas em 2020. Segundo o CS, há outros R$ 2,7 bilhões em análise.

Em 12 meses, o Ifix sobe cerca de 4%, contra decréscimo de 0,21% do Ibovespa. No longo prazo, o Ifix tende a mostrar uma menor volatilidade do que o Ibovespa.

Veja B3SA3 na Bolsa: