O Banco Central da Argentina desvalorizou o peso em 22% e fixou a taxa de câmbio em US$350 até a eleição de outubro. A decisão pegou o mercado de surpresa, porque a medida semelhante sobre o câmbio ocorreu há três anos.
Para os juros, a autoridade monetária subiu em 21 pontos-básicos para 118% ano ano. A última vez que o banco mexeu na taxa foi em maio desse ano. A alta foi de 97% ao ano.
O presidente do BC, Miguel Pesce, no comunicado com os demais membros, disse que a estratégia dos últimos meses baseou-se em manter a taxa de inflação, a taxa de desvalorização e as taxas de referência da economia mais ou menos alinhadas.
Em junho, a inflação da Argentina estava em alta de 6%, queda no comparativo com o mês anterior de 7,8%, e acumulando alta em 115,6% no ano.
O BC explicou também que até tentou usar o dólar como âncora para evitar uma nova espiral de preços. E na taxa como um “contrapeso” para que o dólar não dispare.
Por outro lado, a medida do banco em manter a taxa de câmbio em US$350 até a eleição geral ocorreu com a vitória do candidato Javier Milei, economista de 52 anos, na prévia da eleição neste domingo.
Milei se diz favorável à extinção do Banco Central, defende a dolarização do País, que é semelhante ao Plano Cavallo, bem como a extinção do bloco Mercosul, entre outras medidas.
O Plano Cavallo foi instalado em abril de 1991 pelo então ministro da Economia, Domingos Cavallo, durante a presidência de Carlos Menem. Com o objetivo de combater a inflação foi criada a paridade de dólar 1×1 com a moeda austral.
O Plano não teve sucesso também na segunda edição, com o peso voltando a ser a moeda oficial do País.
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