A balança comercial atinge maior superávit na série histórica anual em novembro, conforme antecipação dos analistas da FGV e Ibre, sendo que a análise detalhada será apresentada na edição de janeiro de 2024 do ICOMEX.
Em dezembro foi realizada a 63ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul. Os analistas destacaram três fatos. Foi assinado o acordo Mercosul-Singapura. O país é o oitavo no ranking do destino das exportações brasileiras com participação de 2,3% e o 41º nas importações. Até novembro de 2023, 65% das exportações brasileiras eram de óleos combustíveis e 15% de óleo bruto. É pouco provável, pelo menos num horizonte de curto a médio prazo, que se diversifique essa pauta.
“O acordo pode ser um facilitador para as empresas brasileiras que utilizam as vantagens tributárias oferecidas pelo país e um sinal do interesse do Mercosul na Ásia. Acordos com as grandes economias da região como a China, Coreia do Sul e Japão, por exemplo, suscitam reações de proteção por parte do setor industrial no Mercosul, em especial Brasil e Argentina, ou tem se mostrado díficeis na conciliação dos interesses defensivos (caso da Índia)”, explicaram.
Novembro e os números
A variação do volume exportado na comparação mensal continua positiva e foi de 4,7%, enquanto o das importações repetiu a sua tendência de queda com recuo de 3,2%.
A variação interanual mensal dos preços foi negativa ao longo do ano, exceto nos dois primeiros meses do ano para as exportações e para as importações, as exceções foram os meses de janeiro e março. Na comparação interanual do mês de novembro, os preços exportados recuaram 4,2% e os importados, 8,3%. Os dados são do ICOMEX e foram apresentados hoje pela FGV e IBRE.
Na comparação do acumulado do ano até novembro, a variação em valor das exportações foi de 1,0%. Esse pequeno valor se explica pela queda de preços em 7,0% que compensou parte do aumento do volume em 8,7%. No caso das importações, o recuo em valor foi de 11,8%, explicado pela queda de preços ( 9,5%) e de volume, 2,4%.
O aumento das exportações está associado ao desempenho das commodities. Em volume, as exportações subiram 21,2% na comparação interanual do mês de novembro e recuaram em 5,8% para as exportações de não commodities. No acumulado do ano até novembro de 2023 em relação a igual periodo de 2022, a variação do volume exportado das commodities foi de 13,5% e das não commodities, uma queda de 1,7%. Os preços das commodities caem no acumulado do ano em 9,5% e das não commodities aumentam 0,5%.
No mês de novembro, a variação em volume do complexo soja foi de 60,4% e do grupo de petróleo e derivados recuou 13,9%. No entanto, as exportações de petróleo e derivados (22,5%) seguida do complexo soja (21,8%) lideram a quantidade exportada no acumulado do ano até novembro. Todos os outros grupos registraram variação positiva, exceto carnes, com queda de 3,1%. Preços caem para todas as commodities, exceto outros agrícolas.
Os termos de troca continuam mantendo um comportamento estável e a variação entre os meses de novembro foi de 0,7%. No acumulado do ano até novembro, foi 2,8%, com uma variação negativa menor dos preços exportados (7,0%) do que o dos importados (9,5%).
Agropecuária e os números
A indústria agropecuária liderou o volume exportado no mês de novembro, com variação de 51,9% em relação a igual período de 2022. Como antes mencionado, as exportações do complexo soja aumentaram 60,4% entre os meses de novembro. Se considerarmos, porém somente a soja, o aumento da quantidade foi de 105,8%.
A indústria extrativa elevou o volume exportado em 5,2% e o da transformação recuou em 6,1%. Na comparação do acumulado do ano, a agropecuária mantém a liderança com aumento de 25,0% seguida da extrativa, 18,8%, Os preços caem para todos os setores.
A variação no volume, preços e valor das importações em todos os setores foi negativa, seja na comparação mensal ou do acumulado do ano. As únicas exceções, mas com variações pequenas é o aumento de 1% para a indústria de transformação e de 0,7% para a extrativa no mês de novembro.
Alta nas importações
O aumento em 62,0% das importações de bens intermediários da agropecuária em contraste com a queda de 6,5% para a indústria de transformação, sugerindo que o setor agropecuário continua com perspectivas favoráveis para 2024. Especialistas do setor de agropecuária esperam que o país terá a segunda maior safra em 2024, após a de 2023.
Mesmo que o volume da agropecuária recue em relação a 2023, o nível da safra será positivo para as exportações. No acumulado do ano até novembro, a variação dos índices é mais favorável para a agropecuária do que para a indústria de transformação. Chama atenção a variação de 31,9% nas importações de bens de capital da agropecuária e a de 2,3% para a transformação.
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