B2W (BTOW3) reduz prejuízo para R$ 37 mi no 3º tri

O grupo de comércio eletrônico B2W (BTOW3) teve prejuízo de cerca de R$ 37 milhões no terceiro trimestre ante prejuízo de R$ 102,5 milhões no mesmo período de 2019, com forte crescimento de vendas na esteira de medidas de quarentena contra a Covid-19.

A B2W teve alta de 65,7% no Ebitda ajustado do trimestre, a R$ 252 milhões. A margem subiu de 9,1% para 9,5%.

Submarino e Americanas.com

Dona de sites como Submarino e Americanas.com, a B2W viu as vendas totais no conceito GMV dispararem 56,2% no trimestre sobre um ano antes, para R$ 7,26 bilhões.

A base de clientes ativos cresceu em R$ 5,9 milhões, para 20,8 milhões. Já a de vendedores no marketplace da empresa cresceu em cerca de 10 mil, para quase 80 mil. No fim de 2019, o número de vendedores era 46,8 mil.

Investimentos

A B2W está antecipando em quase dois anos investimentos em logística previstos no plano estratégico divulgado no final do ano passado.

Este mês, a empresa inaugura três grandes centros de distribuição no Norte e Nordeste: Belém (PA), Fortaleza (CE) e Salvador (BA). Em dezembro, começa a operar em Brasília a quarta nova central. Está dada a largada na corrida para atrair consumidores nas compras de fim de ano.

A pisada forte no acelerador dos projetos de infraestrutura é reflexo direto da explosão de demanda observada nos meses de isolamento social impostos pela pandemia.

No segundo trimestre, com as vendas digitais embaladas pelos novos hábitos do consumidor, a empresa bateu recorde histórico de faturamento, com R$ 6,7 bilhões (alta de 72% em relação ao mesmo período de 2019).

No ano passado, a companhia faturou R$ 19 bilhões. O arranque do segundo trimestre deste ano é um ponto fora curva mesmo quando comparado a períodos de forte aquecimento no comércio, como costuma ser o quarto trimestre.

Capital

Controlada pelas Lojas Americanas, que detém 62,5% de seu capital, a B2W concentra o comércio eletrônico de Americanas.com, Submarino e Shoptime. Mas, apesar do gigantismo, sua rede de distribuição, com 17 grandes centros em sete Estados, estava muito concentrada nas regiões Sudeste e Sul.

Apenas um, em Pernambuco, atendia a região Nordeste e não havia nenhuma unidade no Norte ou no Centro-Oeste. Com os quatro novos CDs, a cobertura ficará mais equilibrada.

Nordeste em alta

O consumo no Sudeste continua puxando o volume de vendas, mas foi o Nordeste que registrou, no primeiro semestre do ano, o maior aumento de acessos para compras online: 107% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com dados da consultoria Ebit/Nielsen. A média no Brasil, embora consistente, não chegou à metade disso: crescimento de 47%.

A competição no mercado de vendas online cada vez mais acirrada, com a disputa de pesos pesados, como Amazon, Mercado Livre e outros grandes players pela atração dos consumidores está movimentando o setor de forma nunca vista.

Um dos efeitos colaterais da pandemia de covid-19 está sendo o extraordinário aumento na velocidade das mudanças projetadas para o online. Já virou lugar comum dizer que nos últimos meses, o Brasil passou por mudanças no universo digital previstas para ocorrer nos próximos cinco ou dez anos. E as empresas especializadas correm também para consolidar liderança de mercado.

Centro de distribuição

Por uma questão de estratégia, a empresa não divulga o valor desses investimentos. Cada centro de distribuição terá entre 10 mil e 15 mil metros quadrados. Com o total de 21 centros em operação até o fim do ano e mais 200 hubs (polos de concentração de mercadorias, uma espécie de mini centro de distribuição), a empresa contará com mais de 800 mil metros quadrados para estocagem e distribuição de mercadorias.

Veja BTOW3 na Bolsa: