Especialistas do mercado financeiro fazem análises sobre a semana em que ameaça de impeachment de Trump foi divulgada
A semana foi marcada por grandes eventos, principalmente no cenário externo. O dólar sofreu leve alta, quando ocorreu a possibilidade de um acordo comercial entre EUA e China. Além disso, a abertura do processo de impeachment de Donald Trump, presidente americano, agravou as oscilações, fazendo com que a cotação da moeda americana atingisse R$ 4,19. Já a bolsa brasileira passou a subir e chegou a operar acima dos 105 mil pontos. A virada nos mercados se deve em muito ao posicionamento de Trump, que retomara a probabilidade de um acordo comercial com a China.
Para Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, o cenário de retração pela desaceleração da economia global. “Isso se dá principalmente pela frustração ao ver o PIB negativo de países importantes como China e Alemanha”. Bergallo afirma que no cenário doméstico não houve nada que se sobressaísse aos olhos dos mercados globais, ele explica que a retração atual destes mercados ainda é grande. “Durante a semana não houve espaço para o cenário interno ser notado pelos mercados globais, mesmo com a reforma da previdência em sua fase final, ainda não há destaque suficiente para se sobrepor à atual retração dos investidores estrangeiros”, finaliza o Diretor de Câmbio da FB Capital.
Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, afirma que as oscilações são um misto de vários fatores, a questão da Crise do Golfo Persico, o impeachment de Trump e os sinais positivos acerca da guerra comercial entre EUA e China. “A semana teve dois grandes fatores, a expectativa geopolítica sobre a questão entre Irã e Arábia Saudita, que foi amenizando e o impeachment de Trump, o que mais abala a economia é a possibilidade de um acordo entre EUA e China”. Para Laatus, o discurso de Bolsonaro na ONU balançou o mercado, já que dividiu opiniões. “No cenário doméstico, o discurso polêmico de Bolsonaro gerou turbulências”. Ele aponta também que as possíveis mudanças no esquema de delações por parte do STF foi um fator. “Algo que também agravou a turbulência foi a decisão do STF que talvez mude a forma de atuar com delações. Foi uma semana morna, que apesar das oscilações termina bem próxima da forma como começou. A próxima deve seguir igual, só haverá algum movimento considerável na semana do dia 10 de outubro quando será divulgada a decisão do STF”, explica Jefferson Laatus.
Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, aponta que grande parte da turbulência da semana se deve aos fatores externos. O externo pesou bastante essa semana e fez com que a semana começasse mais turbulenta”. Casabona afirma que Trump se posicionou de forma estratégia e favorável a um acordo com a China, isso com intuito de virar o mercado. “Com as notícias sobre Trump, estrategicamente ele se posicionou mais positivamente ao acordo com a China e virou os mercados no fim da semana”. Para Daniela, o cenário interno foi balançado pelo adiamento do senado acercada reformas, ela afirma que as próximas semanas serão turbulentas com o possível impeachment de Trum. “Por aqui tivemos o adiamento do senado e para as próximas semanas podemos esperar que o impeachment de Trump irá chacoalhar os mercados”, finaliza a Sócia-Diretora.