Analistas apontam para um corte de 0,50% na Selic

Resultado do IPCA-15 abre espaço para um corte na taxa Selic

O IBGE mostrou hoje a prévia da inflação do Brasil nos primeiros 15 dias do mês de julho. Para surpresa do mercado, a queda no IPCA-15 de 0,07% ficou abaixo do consenso do mercado que apontava para um recuo entre 0,01% até 0,03%.

Com isso, as reações na bolsa de valores de São Paulo, no dólar e nos juros futuros, os DIS, foram imediatas.

“O mercado reagiu bem ao IPCA-15, que ficou acima do esperado de 0,01%, com a contração em 0,07%. O Ibovespa subiu e dólar abriu com um gap de baixa, mas fechou em seguida. Além de outros fatores, os drivers do dia são mesmo o IPCA-15, o Boletim Focus e a Confiança do Consumidor”, apontou a analista da Toro Investimentos, Gabriela Sporch.

Já, o especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital, Andre Fernandes, olhou para um corte na taxa de juros com o resultado do IPCA-15. “A reação do mercado foi imediata na abertura do mercado futuro, vimos a curva de juros fechando mais. As apostas nas opções do Copom estão se destacando para o corte de 0,50% na taxa Selic na próxima reunião. Essa probabilidade saiu de 47% para 63%.”

Na mesma linha ficou o economista-chefe da Acrefi, Nicola Tingas. “A deflação de 0,07% do IPCA 15, sendo de 3,19% em 12 meses contra 3,40% na medição anterior, mantém trajetória descendente do índice. O Copom na próxima semana tem condição favorável ao início do ciclo de queda da taxa básica de juros Selic. Estamos revisando esse corte de 0,25% para 0,50%”, avaliou.

No entanto, para Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos, o resultado muito construtivo do IPCA-15 surpreendeu o mercado. Contudo, o número vai exigir uma direção sobre os juros do País.

“Esse novo dado coloca o Roberto Campos Neto numa situação de ter que abrir um debate desconfortável: a redução de 50 pontos já na próxima reunião. Esse BCB sempre atuou com mais rigor do que a expectativa de mercado. Subiu juros mais que a expectativa, manteve além da expectativa e provavelmente deseja reduzir num ritmo menor do que espera o mercado”, pontua.

Saadia dispara: “uma das desculpas que pode vir carimbada no comunicado é a defasagem dos preços da gasolina e do diesel, que operam bem abaixo da sua referência internacional. E serve como armadilha para o próprio BCB. Um corte de juros mais forte acompanhado de um aumento subsequente no preço dos combustíveis pode deixar o trabalho do BCB mais ruidoso e provocar uma alta nos juros longos pelo mercado”, completa.

De acordo com Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, esse resultado não causa tanto impacto na economia.

“Ainda não dá para cravar que o agrupamento de serviços perdeu resiliência e nem que o processo desinflacionário está completo. Mas trata-se de mais uma observação benigna da inflação corrente, ainda que seja apenas um alívio, que em breve será revertido, dado comportamento estruturante da inflação”, finaliza Sanchez.

Reações do Ibovespa e dólar

Às 13h00, o Ibovespa operava em alta de 0,67% aos 122.155 pontos.

No mesmo horário, no mercado à vista, o dólar estava em alta de 0,20% aos R$4,743 para a venda.

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