As medidas subjacentes seguem pressionadas, apontando variação de 0,86% em serviços e de 0,87%em industriais. Mantemos (MODL11) nossa projeção de elevação de 50bps da taxa SELIC em agosto.
Comentário:
O IPCA-15 de junho avançou 0,69%, em linha com a nossa projeção (0,70%) e com a mediana do mercado (0,67%). Em 12 meses o índice acumula alta de 12,04%.
Pelos grupos, houve fortes surpresas negativas frente às nossas expectativas, com destaque em Alimentação e Bebidas e Saúde e Cuidados Pessoais, sendo compensadas pela variação acima do esperado em Transportes. A diferença em Alimentação pode ser explicada pelo recuo em alimentos in natura, enquanto a queda em Saúde reflete variação negativa no preço de perfumes. Do lado altista, a surpresa no grupo Transportes se deveu a elevações no preço de automóveis novos, seguro de veículos e conserto de automóvel. Neste mesmo grupo, destacamos a variação de 11,36% nas passagens aéreas (vs. 9,3% apontado na nossa coleta). Se restringirmos nossa coleta ao percentil 50, o resultado para junho ficou em 12,0%, indicando aderência à variação do subitem.
Pelas aberturas, os preços administrados ficaram em linha com o esperado (0,86% vs. 0,83% exp.). Nos preços livres (0,63% vs. 0,65% exp.), houve surpresa baixista em alimentação em domicílio (0,08% vs. 0,87% exp.) e altista em serviços (0,86% vs. 0,55% exp.), enquanto bens industriais (0,64% vs. 0,64% exp.) ficou alinhado à expectativa.
A média dos cinco núcleos acompanhados pelo Banco Central seguiu em patamar elevado, atingindo 0,89%, abaixo dos 1,10% observados no mês anterior. Em 12 meses, a medida acumula alta de 10,43%, acelerando frente aos 10,14% acumulados até maio/22. Por outro lado, o índice de difusão mostrou a segunda desaceleração mensal consecutiva, atingindo 68,94% (vs. 74,93% em maio). As medidas subjacentes seguem pressionadas, apontando variação de 0,86% em serviços (vs. 0,50% exp.) e de 0,87% em industriais (vs. 1,20% exp.). Os serviços intensivos em mão de obra mostraram alta de 0,55%, patamar acima da média histórica.
Na nossa leitura, a composição do índice segue desfavorável, principalmente sob a ótica subjacente e dos núcleos. Para os próximos meses, as medidas tributárias devem trazer fortes recuos no IPCA, principalmente nos preços administrados, que deverão mostrar efeito rebote no ano que vem. Assim, reduzimos nossa projeção para o IPCA em 2022, de 8,8% para 7,5%, e elevamos nossa expectativa para 2023, de 5,0% para 5,5%. Por estes motivos, mantemos nossa projeção de elevação de 50bps na SELIC em agosto, encerrando o ciclo em 13,75%.
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