Na última terça-feira, após mais de 12 horas de negociação, finalmente a Oi (OIBR3 e OIBR4) e os credores, em especial os grandes bancos como Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4) e a Caixa Econômica Federal, chegaram a um entendimento.
Basicamente, o principal item, que era o desconto de 60% da dívida das grandes instituições financeiras, caiu para 55% de deságio, algo que pode ser considerado uma vitória para a empresa.
O mais importante é que a Oi será dividida em várias partes e quase todas serão vendidas. Somente a telefonia móvel, que agora o consórcio TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro conta com a preferência, tem um valor entre R$ 16,5 bilhões e R$ 20 bilhões.
Novo foco da Oi (OIBR3 e OIBR4)
O novo foco da empresa estará em ter uma ampla rede de fibra óptica. Pouca gente está se atentando, mas a revolução neste segmento já está acontecendo.
A Oi terminou junho com 1,3 milhão de clientes banda larga, crescimento de mais de 5 vezes em relação a 2019.
Por estes números, é possível ter uma pequena ideia de seu potencial neste segmento. Além disso, um novo sócio deve injetar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões.
O que parece inexplicável é que, se já era esperado que a Assembleia Geral de Credores (AGC) realmente ocorresse com grandes expectativas de um desfecho favorável à Oi, por que as ações caíram no dia seguinte?
Sobem no boato e caem no fato
Confesso que, apesar de meus 15 anos trabalhando no mercado financeiro, eu também acreditava que as ações subiriam com força com um resultado positivo.
Porém, voltou a ocorrer um movimento conhecido na B3 (B3SA3).
As ações sobem no boato e caem no fato. Ou seja, os investidores compram os papéis já acreditando no desfecho e, quando acontece, eles vendem e colocam o lucro no bolso.
Isso não é novidade. No impeachment da Dilma Rousseff, quando sua governabilidade já não existia mais, ocorreu a mesma coisa.
No pregão seguinte ao impeachment, a Bolsa caiu, enquanto que, na teoria, ela deveria ter disparado. Mais uma vez os investidores já “sabiam” que teria uma troca de presidente da República.
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OIBR3: os investidores
Portanto, os investidores das ações da Oi (OIBR3 e OIBR4) não precisam ficar preocupados. Pelo menos não em relação à queda dos papéis um dia após uma grande vitória para a empresa.
Agora, o cenário começa a ficar bem mais claro e isso reflete em maior segurança para os investidores e, principalmente, para os analistas que fazem suas carteiras recomendadas.
O que definirá se a Oi irá deslanchar ou não é a efetivação de seu plano, tanto na expansão de fibra, quanto na venda de grandes ativos, como a telefonia móvel.
Assim como o Brasil, investir na Oi não é para amadores.
Veja OIBR3 na Bolsa:
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