Montar uma carteira de investimentos apenas com a intenção de obter rentabilidade é um erro que muitos investidores iniciantes podem cometer. Dentro da seleção de ativos, é importante conhecer as aplicações que ficam protegidas do aumento do dólar comercial.
O termo dado para essa estratégia é dolarização da carteira. Apenas nos últimos três anos, o dólar teve um aumento de quase 65%, o que pode ter beneficiado alguns e prejudicado aqueles que não se preocuparam com as variações da moeda americana.
Empresas dolarizadas
Na própria bolsa brasileira, a B3, existem empresas que possuem grande parte de sua receita em dólar. Uma vez que as mesmas focam na exportação de produtos, acabam tendo faturamento no estrangeiro.
Normalmente, o investidor pode encontrar estas companhias no setor de commodities, agricultura, pecuária, celulose e minério. Entre as mais conhecidas, estão a Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3) e JBS (JBSS3).
Todavia, empresas dolarizadas não garantem 100% de eficácia contra a alta do dólar comercial, pois continuam sendo afetadas pelo mercado e crises nacionais.
BDRs
A partir de setembro de 2020, os investimentos em BDRs (Brazilian Depositary Receipts) foram abertos para que qualquer brasileiro possa aplicar dinheiro no exterior.
Mesmo de forma indireta, estes certificados representam ações emitidas por empresas internacionais negociadas na própria B3.
O retorno é calculado com base na variação dos preços das ações e também da moeda estrangeira. Portanto, mesmo que determinado ativo não tenha um bom desempenho no mercado americano, por conta da cotação do dólar, seu rendimento pode ser maior no Brasil.
Fundos Cambiais
Os fundos cambiais são fundos de investimentos como qualquer outro. Ou seja, uma espécie de condomínio onde os investidores compram cotas e juntam seus recursos a fim de conseguir produtos mais diversificados.
Sendo assim, eles contam com vantagens que não teriam se estivessem investindo de forma individual.
Com a gestão de um profissional, estas aplicações estão atrelados à moeda estrangeira. Por isso, servem para proteger das flutuações do dólar comercial e até mesmo lucrar com variações positivas.
Além disso, estes fundos são classificados como abertos, o que permite fazer aplicações e resgates a qualquer hora.
ETFs
Basicamente, os ETFs são fundos de investimentos atrelados a um índice. Então, eles possuem sua rentabilidade calculada com base em algum indicador do mercado.
Apesar do brasileiro não poder investir diretamente em um fundo de índice dos EUA, existem aplicações nacionais que replicam as mesmas ações presentes na bolsa americana.
O IVVB11, por exemplo, é uma ETF que reproduz o índice S&P500, o qual representa as 500 maiores empresas americanas.
Corretoras estrangeiras
Alguns anos atrás, não seria comum dizer para o investidor que fazer aplicações diretamente no mercado internacional é algo fácil.
Entretanto, atualmente existem diversas corretoras confiáveis, que permitem qualquer um abrir conta no exterior, sem taxa de corretagem.
Entre as opções, encontra-se até mesmo corretoras criadas especificamente para brasileiros como, por exemplo, a Avenue Securities.