Muitas vezes nos pegamos desatentos quanto aos nossos próprios comportamentos ou nos negamos a reconhecê-los. Pois bem, para que possamos mudar nossos hábitos negativos, é preciso estar autoconsciente e ser curioso com a própria vida.
A mentalidade dos que têm sucesso, seja ele financeiro, pessoal ou profissional, cruza necessariamente pelo diagnóstico e correção de atitudes que só servem para te auto sabotar. Com isso, listei os 10 hábitos que mais te impedem de ter sucesso financeiro, seja para alcançar o primeiro R$ 1 milhão ou para dar os primeiros passos como um investidor.
1. Não ser disciplinado
A disciplina é um fator comum entre os que conseguem cumprir metas. O acúmulo de tarefas que colecionamos no dia a dia podem desviar nossa atenção do rumo que realmente desejamos para nossa vida. É o eterno “deixarei para amanhã”. De amanhã em amanhã, você perde de vista o caminho que tinha traçado. De repente, nota-se que todo o seu tempo está sendo empregado na resolução de tarefas acumuladas. Eis a necessidade da disciplina: contribuir para a edificação consciente de hábitos positivos.
Esse constante trabalho de formiga permite que seus esforços promovam os resultados que você pretende atingir. No livro “The Billion Dollar Secret: 20 Principles of Billionaire Wealth and Success”, o empreendedor Rafael Badziag identifica quais são as características compartilhadas entre os bilionários. Após entrevistar mais de 20 bilionários ao redor do mundo, Badziag concluiu que o grupo pesquisado possui rotinas bem estruturadas. “Basicamente todas as pessoas que eu entrevistei possuem uma rotina matinal, a qual eles seguem religiosamente”, disse o autor quanto ao costume diário dos entrevistados.
Esse é um exemplo de como você pode aplicar a disciplina na sua vida, fazer como os bilionários e definir uma rotina bem organizada.
2. Falta de planejamento mensal
Outro comportamento passível de mudança sobre o qual discorreremos é o costume de gastar sem planejamento prévio. A falta de antecipação financeira e parcelamentos excessivos geram um efeito em cadeia que impedem que você cresça. É compreensível que nem todas as despesas possam ser antecipadas, tal como utensílios domésticos danificados ou situações urgentes repentinas, porém há uma série de gastos que podem e devem ser pré contabilizados.
Calcular os gastos esperados antes do início de um projeto é regra entre empreendedores, mas também é uma prática positiva que pode te ajudar a terminar o ano com uma reserva generosa. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é estimado que quase 65,6% das famílias brasileiras estejam endividadas.
Para se safar e não entrar na porcentagem, é útil reunir o orçamento mensal e anual em uma planilha, estimar os custos domésticos e pessoais, assim como destinar determinada quantia a um fundo de emergências. Tal fundo tem como intuito garantir que você não seja pego desprevenido diante de uma situação desagradável e se endivide ainda mais.
Além de colaborar com a organização das despesas ao longo do tempo, também é uma etapa importante para estabelecer metas financeiras mais claras. É impossível saber o quanto você quer ter em conta quando você não estipula o que está drenando seu dinheiro.
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3. Tratar a saúde mental e física com descuido
Cuidar da saúde é uma ação fundamental para a manutenção física e psicológica do corpo. Quando permanecemos estressados o tempo inteiro, nosso sistema nervoso torna-se obcecado em fugir da situação preocupante.
É sabido que níveis de cortisol altos afetam o sistema imunológico e ampliam as chances de adoecimento. Não só a produtividade movida por stress constante afeta a qualidade do trabalho, como também impede que você veja o problema sob diferentes ângulos.
Atividades contemplativas diluem a tensão e contribuem para o melhor funcionamento do sistema nervoso. É sempre indicado pintar, meditar, ou empreender qualquer outra atividade que te dê um tempo para relaxar e observar os problemas sob outras perspectivas. A neurocientista Tara Swart, coach empresarial e professora de Harvard, indica que 80% das pessoas bem sucedidas praticam Mindfulness.
O Mindfulness é uma prática milenar que consiste em manter-se atento aos arredores e focado no presente momento. Segundo a Forbes, Richard Branson, Oprah Winfrey e Jack Dorsey estão entre os empresários que cultivam o hábito da meditação. Além de tais personalidades, Warren Buffett também é conhecido por ter afeto pela prática.
“Você tem apenas uma mente e um corpo. E isso tem que durar a vida inteira. Agora é muito fácil deixá-lo viajar por muitos anos. Mas, se você não cuidar do corpo e da mente, eles vão naufragar 40 anos depois”, disse Warren Buffett.
Quando não separamos nossas angústias do tempo de trabalho é fácil se perder do caminho planejado e deixar o lado financeiro ruir.
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4. Nutrir uma mentalidade de mártir e dispensar desafios
O pontapé inicial para uma mentalidade de sucesso é deixar as desculpas de lado e firmar um compromisso sério com si mesmo. Afinal, por vezes outorgamos nossos problemas e questões financeiras aos outros, em grande parte porque não queremos ser confrontados com os nossos próprios hábitos malfadados. Quando não assumimos a culpa pelas nossas ações, é fácil cair na ideia de que se é um mártir. Não se engane, escute o que você mesmo tem a dizer sobre quais defeitos você ainda tem a trabalhar.
Vale começar dizendo que pessoas que alcançam o sucesso, seja ele financeiro, emocional ou social, buscam o desafio como um propulsor diário. É necessário ser lembrado sobre tudo o que ainda há para conhecer. Quando você entra em contato com uma atividade com a qual ainda não teve contato, novas soluções e caminhos começam a aparecer e, assim, você toma consciência sobre os múltiplos métodos que estão disponíveis. É necessário abandonar o confortável para que se possa expandir.
5. Ser dominado pela emoção e comprar por impulso
Segundo dados colhidos em 2018 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), quase 6 em 10 pessoas realizam compras por impulso. O crédito disponível e possibilidade de parcelamento, por vezes, ultrapassam a noção racional de que o valor de um produto está acima de nosso poder de compra. Vemos algo que nos mobiliza emocionalmente e logo abrimos a carteira. É necessário racionalizar as transações e compreender se de fato a compra será:
Uma compra impulsiva. Você pesquisou sobre o objeto ou serviço antes de adquirir ou entrou em uma loja qualquer e saiu carregando 10 coisas que nunca pensou em comprar antes?
Compatível com o seu poder aquisitivo. Você pode comprar isso ou o dinheiro fará falta no fim do mês?
Útil no seu dia a dia. Será que você realmente vai usar esse vestido ou sapato regularmente, ou será que em dois meses você o deixará parado em um canto da casa?
6. Se recusar a deixar a zona de conforto
Após a amplificação da internet, inúmeras universidades consagradas formularam modelos de cursos online. Entre as aderentes estão Harvard, Stanford, USP e inúmeras outras de padrão nacional e internacional. Alguns dos cursos podem ser acessados gratuitamente, motivo o bastante para gerar interesse entre os profissionais que buscam se atualizar de modo fácil e barato.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 11% dos internautas brasileiros já realizaram algum curso online. Se trata de um modo eficiente e dinâmico de internalizar conteúdos e dar um upgrade no currículo.
Cada vez mais, os que se recusam a aceitar as mudanças tecnológicas e sociais estão permanecendo às margens do mercado. É necessário sair da zona de conforto e buscar modos criativos de renovação técnica e pessoal.
7. Não nutrir metas
Segundo Thaís Gameiro, neurocientista da UFRJ, a dificuldade em cumprir metas se deve à nossa própria fisiologia. No geral, temos mais interesse em prazeres momentâneos e perceptivelmente mais concretos. Por conta disso, é necessário estruturar as metas de longo prazo em blocos de objetivos menores que podem ser cumpridos no dia-a-dia. Além disso, é recomendado que detalhes sejam estabelecidos, tal como dias, horários e modos de realização das pequenas metas.
Como investidor e empreendedor, é imprescindível que se crie metas condizentes com a realidade pessoal. Como um primeiro passo, você pode imaginar qual é o seu sonho. A partir da resposta, é hora de definir os caminhos possíveis e ações concretas que te impulsionarão em direção ao que foi determinado. É um compromisso que deve ser mantido por você e relembrado constantemente.
8. Desistir de se educar financeiramente por acreditar que o assunto é muito complicado
Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), oito em cada dez brasileiros admitem não saber como gerir o próprio dinheiro. Entre os entrevistados, mais de um terço desconhecia o valor das contas que venceriam no mês seguinte. Além disso, uma parcela de 28% dos pesquisados não nutriam qualquer modo de organização de despesas e preferiam imaginar as contas “de cabeça”.
Isso demonstra que o brasileiro ainda precisa evoluir quando o assunto é educação financeira. Há uma crença geral de que o tema é complicado demais para ser compreendido pela população geral. Acredite, se você ainda não possui controle sobre suas finanças, é hora de aprender. Hoje os modos de aprendizado são amplos e didáticos, com certeza você encontrará um que se adeque ao seu perfil.
9. Não ler
De tempos em tempos, Bill Gates, empresário e fundador da Microsoft, compartilha sua lista de leituras com seus seguidores. Entre as sugestões, não entram somente livros e artigos relacionados à tecnologia ou negócios, há também obras de ficção e romances.
Não é à toa que o hábito é recomendado por Gates, segundo a Brain Works, empresa londrina especializada em Neurociência, a leitura contribui para a formação de novas sinapses, além de fortalecer as conexões já estabelecidas. Isso aperfeiçoa a memória e auxilia na estabilização do humor, características necessárias em um investidor ou empreendedor.
10. Não buscar referências
Um passo importante para construir planos e idealizar uma imagem visual de seu sucesso é buscar referências. É necessário investigar sobre as pessoas que te inspiram para que você conheça melhor os caminhos e hábitos que elas cultivaram. O aprendizado com os que já construíram um legado é bem vindo e frutífero para que você compreenda qual é o seu propósito.
Há também outro modo de ter referências, que é manter um networking ativo e funcional. O melhor jeito de conhecer pessoas que te inspiram é estabelecer conversas com uma ampla gama de grupos. Como modo de ilustrar a importância de formar laços sociais, utilizaremos a teoria dos seis graus de separação, instituída pelo psicólogo Stanley Miligram. De acordo com tal teoria, é estimado que qualquer pessoa do mundo está conectada à outra em até seis graus de amizade. Ou seja, a sua distância até Bill Gates depende da ligação de até seis indivíduos.
Isso demonstra a extensão que o networking pode tomar, cada vez você estará mais próximo de novas pessoas, conhecimentos e oportunidades.