A equipe da Guide Investimentos selecionou vários resultados financeiros para as análises nesta sexta-feira. Entre as escolhas estão: Via (VIIA3), Yduqs (YDUQ3), Porto Seguro (PSSA3), CPFL (CPFE3), entre outras.
Acompanhe o resumo e as devidas análises
Yduqs (YDUQ3)
A Yduqs divulgou os resultados do 2T23 ontem após o fechamento do mercado. Os números foram bons mais uma vez, acima das expectativas do mercado. Mantemos nossa visão positiva com as ações da Yduqs.
A base de alunos aumentou 7% A/A para 1.390 mil. Do lado positivo, a base premium (medicina e Ibmec) mostrou crescimento de dois dígitos, assim com a base de aluno EAD. Do lado negativo, a base de alunos no ensino presencial caiu 7%. Outro ponto positivo foi o aumento do ticket médio de mais de 10% em todos os segmentos, exceto Medicina.
A receita da Yduqs atingiu R$ 1.308 milhões (+15% A/A) e ficou acima das expectativas do mercado. Como já destacamos, o crescimento reflete tanto o aumento da base de alunos quanto o aumento no valor médio das mensalidades. O Ebitda atingiu R$ 418 milhões (+24% A/A) e foi positivamente impactado pela alavancagem operacional: como a empresa possui muitos custos fixos, o aumento da base de alunos tem impacto elevado na rentabilidade da empresa. O lucro de R$ 52 milhões também ficou acima do esperado. Vale destacar que a Yduqs possui quase 100% de endividamento indexado ao CDI: a queda dos juros deve gerar um alívio significativo nas despesas financeiras nos próximos trimestres.
“Positivo. Os números foram mais uma vez superiores ao esperado e continuaram mostrando recuperação na base de alunos e também nas margens financeiras da Yduqs. Mantemos nossa visão positiva com o setor de educação na bolsa, particularmente com Yduqs e Cruzeiro do Sul.”
Porto Seguro (PSSA3)
Na noite de ontem, após o fechamento do mercado, a Porto Seguro SA divulgou seu resultado do 2T23. A companhia entregou um lucro líquido recorrente de R$670 milhões (+437%a/a e +101% t/t), superando o consenso que estimava aproximadamente R$518 milhões. Dentre os destaques, tivemos uma melhora substancial da sinistralidade em seguro Auto, finalizando o trimestre em 51,7% (-15,5pp a/a e -7,0p.p. t/t), refletindo melhorias nos modelos de subscrição e reprecificação de tarifas realizadas, contribuindo para uma melhoria gradual do resultado, dado o reconhecimento diferido dos prêmios ganhos, R$3,7 bilhões (+28%a/a e +4% t/t). Ademais, o arrefecimento inflacionário no mercado automotivo vem contribuindo para essa queda da sinistralidade.
Dessa forma, acompanhado de bons desempenhos nos prêmios de seguro patrimonial e de vida, a vertical Porto Seguro encerrou o trimestre de forma consolidade com R$5,0 bilhões de prêmios emitidos (+15%a/a e +4% t/t), explicado por condições mais adequadas na precificação, junto ao crescimento das vendas. Assim sendo, conseguiu diminuir consideravelmente seu índice combinado, principalmente pela melhoria da sinistralidade Auto, para 85,1%. Com isso, a vertical entregou um lucro líquido de R$511 milhões, correspondente a um ROAE de 42,5%.
Em relação a Porto Bank, segundo negócio mais representativo, o lucro líquido entregue foi de R$107 milhões (+38,2% a/a), correspondente a um ROAE de 29,0% (+7,8pp a/a), refletindo um crescimento anual de 9,1% da receita para R$1,1 bilhão, relacionado aos crescimentos na carteira de crédito e consórcio, além de uma maior diversificação em produtos e melhoria dos indicadores de risco.
Por fim, o crescimento anual de 161,8% no resultado financeiro para R$331 milhões, além da melhora de 1,3 pp do Índice de Eficiência Operacional Recorrente para 11,5 no mesmo período, decorrente dos ganhos de produtividade, fizeram com que junto a boa performance operacional citada anteriormente e uma taxa efetiva de impostos de 25,3%, dado pagamento de JCP, a companhia entregasse esse lucro líquido recorrente recorde.
” Positivo. Na nossa visão, o resultado entregue pela companhia foi bem forte. Conforme já esperado, a tendência operacional era de melhora, uma vez que a agenda de precificação de seguros auto estava no foco da companhia em paralelo a um cenário de arrefecimento inflacionário no setor. No entanto, o ritmo de queda do índice combinado, sendo este puxado pela sinistralidade, surpreendeu positivamente. Dessa forma, reafirmamos nossa tese construtiva para a companhia e acreditamos que ainda há espaço para valorização da ação.”
CPFL (CPFE3)
Na noite de ontem, após o fechamento do mercado, a CPFL divulgou seu resultado do 2T23. A companhia entregou um EBITDA reportado de R$3,1 bilhões, crescimento anual de 7,2%, refletindo um bom momento operacional do segmento de distribuição e um bom quadro em geração.
Em relação ao quadro operacional do segmento de distribuição, o volume de vendas na área de concessão ficou praticamente estável anualmente, -0,1% a/a, em 17,2 mil GWh, com destaque positivo para residencial (+2,2%a/a) com 5,2 mil GWh e comercial (1,6% a/a) com 2,9 mil e negativo para industrial (-1,2% a/a) com 6,6 mil GWh e outros (-3,6% a/a) com 2,5 mil GWh, dado incremento de geração distribuída, especialmente no segmento rural e nas permissionárias, e as fortes chuvas na área rural de São Paulo. Em paralelo, o índice de perdas finalizou o período em 8,19%, queda de 0,57 p.p. Ademais, a companhia entregou uma relação de PDD sobre receita de fornecimento de 0,73%, uma melhora de 0,17 p.p. no trimestre e de 0,33p.p. no ano na inadimplência.
Já em relação ao segmento de geração, além do efeito de consolidação de Enercan, um trimestre com ventos melhores, aumento de 12,3% na geração de energia dos parques eólicos, favoreceram um bom resultado para o segmento. Com isso, a companhia entregou um lucro líquido de R$1,2 bilhão, ligeira queda anual, refletindo maior despesa financeira líquida, mas compensada por momento operacional nas suas verticais, e acima do consenso.
Por fim, a companhia anunciou a aprovação de dividendos complementares no valor de R$ 903 milhões, R$ 0,78/ação, um dividend yield de 2,2% sobre o preço da ação.
“Marginalmente positivo. Na nossa visão, o quadro operacional segue forte, pautado em redução de inadimplência e índice de perdas em distribuição e sendo beneficiado por fortes chuvas e pela velocidade dos ventos em geração. Apesar do EBITDA reportado ter vindo acima do consenso, quando retiramos alguns itens extraordinários e não caixa, chegamos a um valor bem próximo, R$2,7 bilhões. Dessa forma, acreditamos que o principal destaque fica a cargo da distribuição dos dividendos extraordinários, que podem impulsionar a ação no curto prazo, dada a redução recente do payout colegiado para 50%.
Minerva (BEEF3)
A Minerva divulgou os resultados do 2T23 no dia 09/ago. Os números ficaram em linha com o esperado. Do lado positivo, destacamos a boa evolução das margens apesar da apreciação do Real. Os volumes de vendas continuaram baixos em 314 mil toneladas (-2% A/A), mas já é possível ver alguns sinais de recuperação nas exportações e também na oferta de gado, o que é positivo para a Minerva.
A receita líquida atingiu R$ 7.277 milhões (-14% A/A), negativamente afetada pela redução dos volumes e principalmente por preços menores: cerca de 2/3 das vendas da Minerva são no mercado externo, fazendo com que a apreciação do Real tenha um impacto relevante nos resultados. Apesar da queda nos preços, os resultados mostraram boa evolução no 2T23 em função do bom controle de custos e despesas. A margem bruta aumentou de 18% no 2T22 para 21% no 2T23. O Ebitda atingiu R$ 711 milhões (-9% A/A) e a margem aumentou de 9% para 10%.
“Marginalmente positivo. Apesar da apreciação do Real e custos ainda elevados, a Minerva já começa a mostrar que o pior pode ter ficado para trás em termos de perda de rentabilidade do negócio.”
Eztec (EZTC3)
Os distratos do empreendimento “EZ Parque da Cidade”, em razão do atraso na entrega do projeto, ocasionaram em uma reversão na receita, mas geraram um efeito positivo na mg. bruta da companhia, já que tinham uma margem menor, enquanto o reconhecimento contábil de 2 projetos que ultrapassaram sua cláusula suspensiva contribuiu para a receita e para a margem da companhia, permitindo que a Eztec registrasse uma receita líquida de R$243mi (-9% vs Consenso) e um lucro bruto de R$79mi (-5% vs Consenso), com uma mg. bruta de 32.4% (+1.4p.p. vs Consenso). Ademais, a companhia teve uma redução de sua alavancagem operacional, uma vez que as despesas operacionais da companhia totalizaram R$66mi (+18% T/T), com as despesas comerciais puxadas por gastos com marketing crescendo acima das vendas (+20% vs +14% T/T), aumentando a sua representatividade em relação a receita líquida.
Do lado positivo, a entrega de um empreendimento e o reconhecimento de dois projetos com clausula suspensiva impulsionaram a linha de equivalência patrimonial da companhia, que atingiu R$50mi (vs R$17mi no 1T23 e R$24mi no 2T22). Por fim, o resultado financeiro contribuiu com R$23mi, com a Eztec registrando um lucro líquido de R$75mi (+25% vs Consenso). Por fim, a companhia anunciou o pagamento de R$18mi em dividendos, equivalente a R$0.08/ação, implicando em um yield de 0.3%, com as ações sendo negociadas ex-dividendo em 18/08 e a data do pagamento agendada para 31/08.
“Marginalmente negativo. A companhia divulgou um resultado com uma série de impactos pontuais (one-offs), batendo as estimativas de lucro do consenso em 25%, em razão de um forte crescimento da linha de equivalência patrimonial, todavia, isso foi manchado pela perda de alavancagem operacional, o que justifica a expectativa de uma reação marginalmente negativa.”
Arezzo (ARZZ3)
Impulsionada pelo crescimento de vendas de 32% em AR&CO e de 20% em Arezzo, a companhia reportou uma receita líquida de R$1.1bi (+20% A/A e em linha com o consenso), com uma mg. bruta de 54.9%, pressionada em 100bps na comparação anual.
Por sua vez, o SG&A se manteve praticamente estável em relação a receita líquida, levando a uma leve expansão na sua mg. EBITDA para 17.5% (+0.4p.p A/A e +0.8p.p. vs Consenso) e um EBITDA de R$198mi (+22% A/A e +5% vs Consenso). Por fim, a deterioração do resultado financeiro para -R$44mi (vs -R$7mi no 2T22), levou a uma contração do lucro líquido, que atingiu R$114mi (-7% A/A e +15% vs Consenso). Por fim, o FCO de R$77mi foi pressionado por uma deterioração no capital de giro de R$326mi, em razão do aumento do prazo de recebimento de recebíveis e redução do prazo de pagamento fornecedores.
“Neutro. A companhia reportou um resultado misto, com o lucro superando expectativas do consenso em 15%, mas com a expansão do top-line sendo ofuscada por pressões na mg. bruta, no resultado financeiro e no capital de giro.”
Via (VIIA3)
Resultado. Com um GMV estável, a Via reportou uma leve queda de 2% em sua receita líquida, que atingiu R$7.5bi (em linha), enquanto apresentou mostrando uma contração de 3p.p. de sua margem bruta para 28.5% (-2.2p.p.), refletindo os elevados níveis de estoque e a dificuldade da companhia em repassar preços para o consumidor final.
Diante disso, o EBITDA da companhia contraiu para R$469mi (-32% A/A e em linha com o consenso), com a sua margem pressionada em 2.7p.p. na comparação anual. Por fim, o efeito da taxa de juros sobre a sua posição de dívida resultaram em uma deterioração do seu resultado financeiro, tendo um prejuízo financeiro de -R$801mi (vs R$-574mi no 2T22), culminando em um prejuízo líquido de R$492mi.
Plano de Transformação Via 2025. A companhia anunciou uma série de medidas que irá adotar para reestruturar a companhia, com foco em recuperar a rentabilidade da operação e voltar a gerar caixa. Entre as alavancas operacionais estão: demissão de 6k colaboradores, com potencial economia de R$370mi/ano em EBIT; redução de 50-100 lojas, com potencial economia de R$80-150mi em EBIT; e redução de despesas de marketing, com potencial economia de R$200mi/ano em EBIT, entre outras medidas que devem contribuir para uma economia de R$1bi em EBIT no total.
Em relação a otimização estrutura de capital, a companhia faz menção a monetização de ativos, liability management (refinanciamento de dívidas) e redução de 40% do CAPEX em relação a 2022, entre outras medidas.
“A Via reportou um resultado fraco, com números abaixo das estimativas do consenso. Todavia, o anúncio do plano de reestruturação da companhia, com foco em retomada da rentabilidade e da geração de caixa pode ser bem recebido pelo mercado.”
Petroreconcavo (RECV3)
Ontem a Petroreconcavo divulgou seu resultado referente ao segundo trimestre de 2023. No 2T23 a produção cresceu de 11,4 kboed para 12,35 kboed no ativo Bahia enquanto que cresceu de 12,9 kboed para 13 ,6 kboed no ativo Potiguar. Contudo, enquanto se esperava que o lifting cost se reduzisse no ativo que mais cresceu a produção. Aconteceu o contrário. O ativo Bahia mostrou aumento do lifting cost enquanto apresento queda no ativo Potiguar. No consolidado o lifting cost apresentou redução.
“Neutro. Por conta de algum erro, os principais destaque do resultado foram lançados ontem durante o pregão. A ação terminou o dia em queda contudo o brent também caio no mesmo período. Espero reação neutra no dia hoje.”
Rumo (RAIL3)
Ontem a Rumo divulgou seu resultado referente ao segundo trimestre de 2023.or conta de piores perspectivas quanto ao ano de 2023, a companhia fez revisão para baixo do guidance de Volume, EBITDA e CAPEX. As projeções de longo prazo foram mantidas.
O volume transportado foi de 20,4 bilhões de TKU, 9% acima do 2T22. A tarifa consolidada cresceu 9%, reflexo da competitividade do modal ferroviário, mesmo com a queda de 29% no preço do combustível. O EBITDA totalizou R$ 1.448 milhões no trimestre, crescimento de 29% em bases comparáveis. A dívida líquida/EBITDA dos últimos 12 meses foi reduzida de 2,2x no trimestre passado para 2,0x.
“Negativo. Por conta de condições menos favoráveis o guidance foi revisado para baixo. As estimativas dos analistas também vieram levemente abaixo do esperado. Espero reação negativa no dia de hoje.