ÓRAMA: Vendas no Varejo e as expectativas

Resultados surpreenderam os analistas

As vendas no varejo restrito subiram 3,8% em janeiro na comparação mensal, de acordo com o IBGE. O resultado ficou próximo ao teto das expectativas, que oscilavam entre -0,1% a +3,9%, com mediana de 3,4%. Na comparação anual, o índice apresentou crescimento de 2,6%. Nessa comparação, o mercado esperava uma alta de 1,5%, com intervalo entre -1,7% e 3,3%. Já em 12 meses, o índice acumula 1,3%.

Em relação às vendas no varejo ampliado, que agora incluem vendas de veículos, materiais de construção e atacado alimentício, avançaram 0,2% ante dezembro de 2022, dentro do intervalo das estimativas dos analistas, que oscilavam entre -0,8% e +3,8%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas subiram 0,5%, abaixo da mediana (1,7%) mas dentro do intervalo das expectativas, que ia de -0,2% a +4,8%.

O resultado do varejo restrito em dezembro de 2022, na comparação com o mês anterior, foi revisado de uma queda de 2,6% para um recuo de 2,8%.

Dentre as atividades, sete das oito apresentaram avanço na comparação mensal. As contribuições positivas vieram dos grupos de: Tecidos, vestuário e calçados (27,9%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (7,4%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%), Combustíveis e lubrificantes (1,5%), Móveis e eletrodomésticos (1,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (0,6%), enquanto, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,2%) apresentou queda.

Dentre os grupos da PMC-A, o segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou queda de 0,2%, ao passo que Material de construção cresceu 2,9%. Com a reformulação da Pesquisa Mensal de Comércio a partir de 2023, o varejo ampliado inclui, agora, o segmento de atacado alimentício, nova atividade investigada. Não há, contudo, ainda divulgação de dados individuais para a série ajustada sazonalmente.

Na comparação com janeiro de 2022, seis das oito atividades apresentaram crescimento. Do lado positivo, Combustíveis e lubrificantes (26,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (15,2%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,8%), Móveis e eletrodomésticos (3,4%), Tecidos, Vestuário e Calçados (2,3%) e Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,2%). Já as que apresentaram queda foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-7,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-6,5%).

No varejo ampliado, o volume vendido por Veículos, motos, partes e peças (4,4%) e Material de Construção (1,1%) avançaram no mês, mas Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo caiu 0,9%.

Para o PIB, mantemos nossa projeção para 2023 de 0,9%, com queda de 0,2% no primeiro trimestre.

*Alexandre Espírito Santo é economista-chefe da Órama Investimentos

*Eduarda Schmidt é analista de Macroeconomia da Órama Investimentos

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