O que esperar das construtoras? 

Casa de análises escolheu três principais para as devidas análises

No resumo corporativo, desta quarta-feira (18), a equipe da Genial Investimentos  escolheu três incorporadoras para as devidas análises.

MRV (MRVE3)

A MRV aumentou seus lançamentos para R$ 1,8b (+41% t/t e +3% a/a), impulsionada por lançamentos mais fortes da Sensia, segmento de média renda da MRV, que lançou R$ 630m (vs. R$ 218m no 3T22), enquanto a operação do MCMV segue um pouco menor, lançando R$ 1,2b (-3% t/t e -23% a/a), com maior foco na rentabilidade. As vendas vieram fortes, totalizando R$ 2,2b (-1% t/t e +55% a/a) e implicando em uma VSO de 16,4% (+0,4p.p. t/t e +5p.p. a/a).

Do lado da Resia, não houve a venda de nenhum empreendimento no trimestre, resultando em uma queima de caixa de R$ 443m, mas já vemos um projeto praticamente completamente locado, o que deve permitir a sua venda nos próximos meses e ajudar em uma queima de caixa menor na operação dos EUA. Vale ressaltar também a velocidade de locação dos dois projetos descritos na prévia, que conseguiram alugar ~50% das unidades em apenas 6 meses. A luggo também não vendeu projetos este trimestre, resultando em uma queima de caixa de R$ 53m. No total, a queima de caixa consolidada foi de R$ 635m.

“Os números operacionais da MRV se mostraram mistos, na nossa visão. De um lado vimos um aumento significativo no ticket médio para R$ 239k, já acima da expectativa para 2023 (aumento de 5% acima do INCC), e aumento da velocidade de vendas. Do outro, a geração de caixa ainda se mostrou fraca, resultando em uma queima de R$ 129m no segmento de incorporação (dos quais R$ 44m operacionais e os R$ 85m restantes advindo dos swaps).

Com a geração de caixa de incorporação acumulada em -R$ 330m no ano, achamos difícil de acreditar que a MRV deve alcançar sua expectativa de R$ 0 a R$ 200m no ano. Ainda assim, preferimos ver o copo meio cheio, dado o nível de precificação da MRV (P/BV de 0,9x) e melhorias em indicadores operacionais relacionados à rentabilidade, que indicam retomada de uma operação bastante lucrativa. Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de Compra”.

Trisul (TRIS3)

A Trisul lançou apenas um projeto no trimestre, totalizando um VGV de R$ 173m (-20% t/t). Com lançamento mais fracos, as vendas também desaceleraram no comparativo trimestral, alcançando R$ 264m (-12% t/t e +106% a/a). Acreditamos que parte da queda nas vendas também se deveu a uma queda na VSO de estoque, ainda que bem pequena. A VSO do trimestre ficou em decentes 11,5% (-1p.p. t/t e +6p.p. a/a).

“Entendemos que os números do trimestre foram neutros. Apesar da queda na VSO, o patamar atual é relativamente saudável e muito mais confortável do que vimos no último ano, diminuindo qualquer preocupação que houvesse com o endividamento da companhia. Lembramos também que muitos projetos devem ser entregues nos próximos trimestres (fora os R$ 420m já entregues em nos últimos 4 meses), ajudando na desalavancagem da Trisul.”

Helbor (HBOR3)

A Helbor lançou dois projetos no trimestre, totalizando um VGV de R$ 260m (vs. R$ 0 no 2T23 e R$ 79m no 3T22). Com os lançamentos, a velocidade de vendas teve uma aceleração para 13% (+1p.p. t/t e +2p.p. a/a), além de uma manutenção do patamar de estoque, visto que as vendas totalizaram R$ 222m (+11% t/t e -3% a/a), bem próximas do total lançado.

“O trimestre foi positivo para a Helbor, que conseguiu diminuir o estoque pronto e vender relativamente bem no trimestre. Mesmo assim, acreditamos que o lançamento de novos projetos enquanto ainda há um estoque grande a ser vendido (>R$ 1,6b) e um patamar de endividamento elevado, diminui o apetite de investidores mais avessos a riscos.”

 

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