A equipe da Guide Investimentos escolheu uma série de empresas brasileiras que divulgaram os balanços financeiros nas últimas horas. Com isso, a nossa escolha foi pela Gerdau (GGBR4), Vibra Energia (VBBR3) e TIM (TIMS3).
Acompanhe o resumo e as devidas análises
Gerdau (GGBR4)
A Gerdau divulgou os resultados do 3T22 ontem após o fechamento do mercado. Os resultados mostraram mais uma vez desaceleração nas vendas e redução nas margens: a demanda mundial mais baixa, aumento da penetração das importações no Brasil e preços menores tem penalizado os resultados da Gerdau.
Como pode ser visto na figura abaixo, a margem Ebitda vem diminuindo desde 2022. A contração só não foi maior por conta da demanda mais forte (e menor importação) nos EUA.
A receita da Gerdau foi de R$ 17,1 bilhões (-19% A/A) em função principalmente da redução de preços. Os volumes diminuíram apenas 6% A/A. Os custos da Gerdau diminuíram cerca de 5% T/T em função da menor pressão de custos com matérias primas como carvão e sucata. Ainda assim, a margem bruta diminuiu 17,9% no 2T23 para 16,4% no 3T23, reflexo dos preços mais baixos dos metais e também volumes menores.
O Ebitda de R$ 3.349 milhões (-38% A/A) ficou um pouco acima do esperado, mas também mostrou contração na comparação anual pelos fatores já mencionados: preços e volumes menores. O lucro de R$ 1,592 bilhão (-47% A/A) ficou em linha com o esperado.
“Neutro. Esperamos uma reação neutra do mercado. Os números foram fracos, mas já eram esperados. No setor de siderurgia e mineração, atualmente temos preferência por Vale em função da maior resiliência do preço do minério (em parte pelo ainda alto volume de produção de aço na China) e pela exposição a outros metais, como cobre e níquel.”
Vibra Energia (VBBR3)
Ontem a Vibra energia divulgou seu resultado do terceiro trimestre de 2023. Houve um crescimento de 4,3% nos volumes totais em comparação com o trimestre anterior, com aumentos em diesel, combustível para aviação, etanol, coque e óleo combustível. No entanto, houve uma redução nos volumes de gasolina e lubrificantes, devido à maior disponibilidade de etanol no mercado. Na comparação ano a ano, houve uma redução de 8,7% nos volumes vendidos, principalmente devido às menores vendas de diesel, gasolina, óleo combustível, combustível para aviação e coque.
No 3T23, o Ebitda ajustado alcançou R$ 2.333 milhões, um aumento de R$ 1.417 milhões em relação ao ano anterior. Este resultado foi influenciado principalmente por maiores margens médias de comercialização e um ganho com o inventário de produtos de cerca de R$ 370 milhões. Além disso, houve ganhos extraordinários com a venda de imóveis (R$ 75 milhões) e a recuperação tributária (ICMS) de cerca de R$ 103 milhões. Excluindo esses resultados extraordinários, a empresa obteve uma margem média de R$ 229/m³.
“Positivo. Destacamos que nesse trimestre a Vibra se benefício da alta dos preços dos combustíveis, pois ela havia estoque de combustíveis comprados por preços mais favoráveis. Do lado negativo, o volume de vendas caiu bastante em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A companhia relata que os volumes devem se normalizar trimestres a frente.”
Tim (TIMS3)
Na noite de ontem, após o fechamento do mercado, a TIM publicou seu resultado do 3T23. Dentre os destaques, tivemos o crescimento anual de 7,7% da receita de serviço móvel, finalizando o período em R$5,6 bilhões. Em resumo, o bom desempenho foi reflexo estratégia de priorização de valor em relação à volume de usuários, tendo o ARPU móvel normalizado (receita média mensal por usuário) crescido 21,1% no ano, atingindo R$30,2. Dentre os destaques, o maior crescimento veio da base de usuários de pós-pago, com 24,7% no ano, atingindo R$52,9.
A companhia apresentou uma receita líquida consolidada de R$6,1 bilhões, crescimento anual de 7,9%. Ademais, a companhia apresentou um EBITDA ajustado de R$3,0 bilhões, crescimento anual de 11,6%, correspondendo a uma margem EBITDA ajustada de 49,7%, crescimento anual de 1,7 p.p., refletindo uma boa agenda de controle de custos e a redução da carga de despesas, principalmente com o encerramento do TSA. Dessa forma, a companhia entregou um lucro líquido normalizado de R$724 milhões, crescimento anual de 53%.
“Positivo. Na nossa visão, o resultado da Tim foi novamente forte e superou o consenso. A companhia conseguiu crescer sua receita de forma real, acima da inflação do período, ao mesmo tempo que apresentou uma boa agenda de contenção de custos no trimestre que também marca o fim da TSA, reafirmando o bom momento operacional da companhia e do setor. Vale lembrar que a companhia vem ampliando sua geração de caixa, EBITDA normalizado menos capex cresceu anualmente 17,0%, e com isso vem conseguindo diminuir sua alavancagem, -0,2p.p. para 1,4x dívida líquida/EBITDA, o que pode ampliar o nível de pagamento de proventos para os próximos anos.”
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