A equipe da Guide Investimentos escolheu para o resumo corporativo os resultados financeiros de Ecorodovias (ECOR3), Tim (TIMS3), Copasa (CSMG3). Os números ficaram mistos, mas com o destaque na operadora e o lucro em alta de 104%.
Acompanhe o resumo corporativo
Ecorodovias (ECOR3)
A Ecorodovias divulgou os resultados do 2T23 ontem depois do fechamento do mercado. Em linhas gerais, o resultado foi forte, acima do esperado. O destaque foi o crescimento elevado das receitas, impulsionadas por diversas concessões novas e também pelos reajustes de tarifas.
A receita líquida da Ecorodovias foi de R$ 1.282 milhões (+68% A/A) e foi positivamente impactada pela entrada de novas operações e também por conta de reajustes. O volume de tráfego nas rodovias da Ecorodovias aumentou 37% A/A em função de três novas concessões: EcoRioMinas, Ecovias do Araguaia e EcoNoroeste.
O fluxo apenas nas rodovias já existentes no 2T22 aumentou 4,6%. Já a receita “em bases comparáveis” aumentou 22% A/A em função de volumes maiores e reajustes tarifários. Como resultado do aumento do fluxo e reajustes tarifários, o Ebitda totalizou R$ 918 milhões (+98% A/A). Considerando apenas a “base comparável” (concessões já existentes no 2T22), o Ebitda cresceu 35%. O lucro atingiu R$ 124 milhões e foi negativamente afetado pelo aumento do endividamento e despesas financeiras.
“Positivo. Esperamos uma reação positiva das ações da Ecorodovias. A forte alavancagem operacional está fazendo com que o Ebitda e lucro cresçam bem acima do crescimento da receita, que tem sido elevado. Além disso, a queda dos juros e desaceleração da inflação devem contribuir para reduzir as despesas financeiras da empresa.”
Tim (TIMS3)
Ontem à noite, a TIM (TIMS3) publicou seu resultado do 2T23. Dentre os destaques, tivemos o crescimento anual de 9,7% da receita de serviço móvel, finalizando o período em R$5,4 bilhões. Em resumo, o bom desempenho foi reflexo da consolidação da aquisição de base da Oi (ocorrida em maio de 2022), além de melhores níveis de churn e boa execução dos planos de reprecificação.
Vale ressaltar que no ano a receita de pré-pago expandiu 11,8%, com a ARPU (receita média por usuário) atingindo R$14,3, +13,1% a.a., enquanto a receita de pós-pago cresceu 10,5% no mesmo período, tendo a ARPU do segmento atingido R$43,1, +16,7% a.a.
A receita líquida consolidada de R$5,9 bilhões, crescimento anual de 9,2%, EBITDA ajustado de R$2,9 bilhões, alta anual de 17,2%, margem ajustada de 49,7%, crescimento anual de 3,4 p.p.. Companhia entregou um lucro líquido normalizado de R$638 milhões, crescimento anual de 104%.
“Positivo. Na nossa visão, o resultado da Tim foi forte. A companhia conseguiu crescer sua receita de forma real, ao mesmo tempo que apresentou uma boa agenda de contenção de custos no trimestre que também marca o fim da TSA, reafirmando o bom momento operacional da companhia e ganhos com a aquisição de ativos móveis da Oi. Vale lembrar que dado o perfil do setor de alto pagamento de JCP, assim como falamos na análise do resultado da Telefônica, a evolução do tema de tributação de proventos pode impactar os papeis da companhia.”
Copasa (CSMG3)
Na noite de ontem, após o fechamento do mercado, a Copasa divulgou seu balanço do 2T23. Dentre os destaques, a receita líquida da companhia cresceu 17,6% no ano, atingindo R$1,57 bilhão, refletindo impactos do reajuste tarifário com efeito médio de 15,7% ocorrido no primeiro dia deste ano e também do aumento de 3,0% no volume medido de água e 2,8% no volume medido de esgoto.
Já em relação aos custos e despesas, a companhia apresentou um total de custos e despesas de R$1,2 bilhões (+21,6% a.a.), que seria de R$1,1 bilhão (+10,6% a.a.) – bem acima da inflação – caso a companhia não tivesse já contabilizado os valores estimados com as indenizações relativo às indenizações R$115,1 milhões das 736 adesões obtidas no seu Programa de Desligamento Voluntário Incentivado (PDVI).
Com isso, o EBITDA apresentado foi de R$532,7 milhões (+8,2% a.a.), correspondendo a uma margem de 33,2% (-2,4p.p.), já sem os efeitos do PDVI seria de R$647,8 milhões (+31,6% a.a.), uma margem de 40,4% (4,8p.p.).
O lucro líquido finalizou o período em R$249,3 milhões, crescimento de 38,2%, sendo este relacionado a uma melhoria no resultado financeiro para -R$21,7 milhões (vs -R$80,0), dado efeito positivo em variações cambiais relacionados a apreciação do Real frente ao Euro, maiores ganhos reais nas aplicações financeiras relacionadas ao aumento das taxas de juros, além de menores despesas com variações monetárias, dada queda do IPCA nos períodos.
“Negativo. Na nossa visão, apesar do bom crescimento do EBITDA ajustado, a Copasa ainda entregou um avanço dos custos e despesas bem acima da inflação, algo disseminado na maioria das linhas que compõem a categoria.
Dessa forma, acreditamos que a trajetória de custos e despesas da companhia será um dos focos para os próximos resultados, uma vez que deverá haver algum alívio no ritmo das despesas com pessoal, refletindo os ganhos de eficiência do PDVI. Vale ressaltar que atualizações e notícias relacionadas a um evento de privatização do papel deverão impactar no preço da ação no curto-prazo.”