Nos últimos dias tem chamado atenção o forte fluxo comprador de investidores estrangeiros. Acreditamos que o fluxo se deve ao valuation baixo das ações no Brasil além do maior crescimento econômico (menor risco de recessão) e chances de redução de juros ainda em 2023. A situação dos mercados desenvolvidos (como EUA, Zona do Euro, Inglaterra) é bem diferente desta: os EUA devem aumentar os juros pelo menos mais uma vez, as perspectivas de crescimento econômico são ruins e o valuation dos mercados é ainda muito próximo da média.
Até agora, 2023 lembra um pouco o que aconteceu em 2019, outro ano pós-eleições. O Ibovespa vem subindo e o fluxo estrangeiro é recorrentemente positivo. Um ponto que chama atenção é que em 2019 o bom humor dos mercados com o novo governo foi abalado somente a partir de fevereiro, quando o congresso foi empossado. Até lá o mercado subiu com pouca volatidade.
Acreditamos que 2023 pode ser similar à 2019 também neste aspecto. Com o retorno do congresso, é provável que a volatilidade dos mercados aumente. Até agora, os investidores locais parecem ter sido mais abalados pelos discursos do presidente e de seus ministros, enquanto investidores estrangeiros parecem acreditar que o atual governo será parecido com o primeiro mandato do presidente Lula, independente de seus discursos. Com a posse do congresso, além dos discursos, vamos passar a ter medidas sendo efetivamente apresentadas e posteriormente votadas no congresso.
* Análise de Mateus Haag da Guide Investimentos
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