A ata do Copom de dezembro não apresentou novidades relevantes com relação ao comunicado divulgado na semana passada. Cabe ressaltar que a avaliação de cenários e análise de riscos reforça a mensagem de que a conjuntura atual continua demandando serenidade e moderação na condução da política monetária. Assim, não há qualquer indicação de que o Comitê possa acelerar o ritmo de ajuste monetário. Pelo contrário, mostra-se confortável com o ritmo de queda de 0,50 ponto percentual.
Vale destacar os seguintes pontos da ata: a manutenção da sinalização de que é apropriado manter uma postura de cautela, apesar de avaliar que a conjuntura internacional se mostra menos adversa:
A avaliação de que a dinâmica desinflacionária não divergiu significativamente do esperado, apesar de alguma surpresa para baixo dos serviços subjacentes.
A elevação, ainda que pequena, do impacto do El Niño sobre a inflação de alimentos.
A permanência da preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação.
A manutenção das projeções de inflação acima da meta no horizonte relevante.
A moderação do crescimento econômico, em linha com o antecipado pelo Comitê, e, principalmente, a avaliação por parte de alguns membros de que a persistência de uma conjunção de maior resiliência do consumo e queda no investimento poderia provocar, no médio prazo, um excesso de demanda em relação à oferta, com potenciais impactos sobre preços.
A observação de um maior dinamismo no mercado de capitais no período recente; a não inclusão de qualquer trecho alimentando a possibilidade de intensificação da magnitude do ritmo de ajuste monetário.
A afirmação de que não há relação mecânica entre cenários e variáveis exógenas (como a dinâmica fiscal ou o cenário externo) e a determinação da taxa de juros.
Sérgio Goldenstein é estrategista-chefe Warren Investimentos
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