S&P reafirma o rating brA-/brA-2 ao Banco Original

A agência de riscos Standard & Poor’s (S&P) divulgou um relatório no qual reafirma os ratings de crédito de emissor privados de longo e curto prazos ‘brA-/brA-2’ ao Banco Original.

A avaliação da S&P destaca ainda que, apesar uma perspectiva negativa econômica nos próximos 12 meses, o Original apresenta a solidez e espera uma reserva de capital maior que os requisitos regulatórios mínimos nos próximos trimestres.

Entre outros pontos, o relatório aponta que “o banco está em transição para ampliar seus serviços digitais, o que provavelmente continuará afetando seu desempenho operacional, mas melhorará a diversificação dos negócios no médio a longo prazo.”

A S&P analisa que a perspectiva negativa do rating de longo prazo para os próximos 12 meses deve-se ao cenário externo por conta dos impactos gerados pela pandemia, e consequentemente as dificuldades econômicas atuais, e ao ritmo acelerado dos negócios de varejo.

Fitch

Deixar o dinheiro depositado no Banco Original ficou mais arriscado, na análise da Fitch Ratings. A agência de classificação de risco rebaixou a nota de crédito do banco de “B” para “B-“.

Na escala nacional, que mede o risco de um calote em reais, a nota do banco foi reduzida de “BBB-” para “BB+”. A agência manteve a observação negativa, ou seja, pode voltar a reduzir a avaliação a qualquer momento.

O rebaixamento do Original ocorreu após o prejuízo de R$ 220 milhões do banco no primeiro semestre. O resultado operacional foi ainda pior e ficou em R$ 339 milhões negativos.

Com o prejuízo, os índices de capitalização do banco sofreram um rápido enfraquecimento em um curto período de tempo, segundo a Fitch.

O índice de Basileia da instituição caiu de 13,3% para 10% entre dezembro de 2019 e junho deste ano — muito perto do limite de 9,25% estabelecido pelo Banco Central.

“A expectativa da Fitch é de que a capitalização do Original continue pressionada pelas dificuldades do banco em atingir um ponto de equilíbrio operacional sustentável, o que dificilmente ocorrerá no curto prazo”, escreveu a agência, em relatório.

Controlado pela J&F Investimentos, a holding da família Batista, dona da empresa de alimentos JBS, o Banco Original foi o pioneiro ao oferecer a possibilidade de abertura de conta 100% digital, em 2016.

Em junho deste ano, a instituição contava com 3,7 milhões de clientes. O banco também é dono da carteira digital PicPay, que conta com uma base de 24 milhões de usuários.

Apesar da situação mais apertada de capital, o banco encontra-se com um bom nível de liquidez, segundo a Fitch. No fim do primeiro semestre, o Original contava com uma posição de R$ 3,6 bilhões em ativos líquidos, contra R$ 1,9 bilhão em dezembro de 2019. Vale lembrar ainda que todos os depósitos até R$ 250 mil são cobertos pelo fundo garantidor de créditos (FGC).