O Banco Inter (BIDI11) está trabalhando para se tornar mais do que um banco digital convencional, se é que isso é possível, visto que a própria natureza tecnológica demanda atualizações e novidades constantes.
De acordo com seu fundador e presidente, João Vitor Menin, a estratégia visa levar a instituição a se tornar um “ecossistema financeiro”, ou seja, uma plataforma presente em todas as etapas da vida do usuário.
Experiência do usuário
Na prática, significa expandir a experiência do usuário para as ações de finanças, como transferências de dinheiro e pagamentos diversos, além de aplicações, bem como o próprio uso do smartphone como telefone.
Ao Valor, Menin disse que “marca não estava mais conversando com a nossa empresa”. Por conta disso, o Inter prepara uma reestruturação, incluindo societária, prevista para 2021.
7 milhões
Na visão do executivo, não significa que os serviços bancários deixarão de ser prestados ou perderão importância, mas a companhia pretende ser vista de outra forma por seus sete milhões de clientes.
Para ele, o Inter tem cinco “avenidas de crescimento”: serviços bancários transacionais, crédito, seguros, investimentos e comércio eletrônico. Chegou a hora, segundo ele, de acelerar nessas duas últimas frentes.
Aquisições
Não à toa, o Inter planeja usar parte do R$ 1,2 bilhão captado em oferta de ações no início de setembro para fazer aquisições nas áreas de shopping virtual e plataforma de investimentos.
Serão operações pequenas, menos para ganhar escala do que para “comprar competências”. Das duas, o e-commerce é onde Menin vê a instituição com mais carências.
BIDI11: rebalanceamento
Esse rebalanceamento levará o Inter a mudanças em sua estrutura societária. Se hoje tudo está organizado em torno do banco, a ideia agora é criar uma holding e colocar as áreas de negócios debaixo dela.
Banco, negócios de seguros, comércio eletrônico e plataforma de investimentos serão subsidiárias desse veículo.
BIDI11: B3
A previsão é que serão necessários de seis a dez meses para estruturar o processo, que terá implicações para as ações listadas na B3. “Estamos estudando como estruturar isso respeitando os minoritários”, disse.
Para Menin, o futuro do Inter – e dos demais bancos – passa por uma aproximação grande com o e-commerce e outras atividades. Uma das razões para isso é que pagamentos e oferta de crédito estarão cada vez mais embrenhados na jornada de compras do consumidor.
Financiamento de consumo
Outro motivo é que, ao colocar para dentro uma operação de comércio eletrônico, o Inter procura se defender de uma mudança que o executivo vê se aproximar inevitavelmente do modelo atual de financiamento ao consumo no Brasil.
Para Menin, esse desenho está com os dias contados, seja por pressão do Congresso ou da sociedade. “Isso não vai parar de pé por muito tempo”, diz. “A única forma de fazer um financiamento ao consumo saudável é trazer o produto para vender dentro do sistema.”
Veja BIDI11 na Bolsa:
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