Nesta terça-feira (27), ao divulgar o balanço do terceiro trimestre, o Banco Inter (BIDI11) apresentou um lucro líquido de R$ 19,25 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 8,06 milhões acumulado no mesmo período em 2020.
Por outro lado, o lucro reportado foi inferior ao projetado pelo consenso da Refinitiv, que aguardava um valor de R$ 34,76 milhões. Ao todo, o lucro anual da companhia soma R$ 58,326 milhões. Ao mesmo tempo que, no terceiro trimestre de 2020, a empresa registou um prejuízo de R$ 13,8 milhões.
Terceiro trimestre do Banco Inter
De acordo com o banco, o que difere o balanço atual pode ser a ampliação das receitas de operações de crédito. Além disso, houve um aumento expressivo nas transações dentro do marketplace do Inter.
Segundo João Vitor Menin, CEO do Banco Inter, o volume bruto de mercadorias, em relação ao marketplace, chegou a R$ 946 milhões. Ou seja, este volume caracteriza uma valorização de 151% em relação ao mesmo período no ano passado.
Logo, a carteira de crédito do Inter obteve um lucro de R$ 16 bilhões neste trimestre, o que representa um crescimento de 116% frente à base anual. Já a produção de crédito, o banco atingiu uma marca histórica, chegando a R$ 5,5 bilhões, uma alta de 121%.
Neste terceiro trimestre, o Banco Inter ultrapassou 14 milhões de correntistas. Posto que, em torno de 33 mil usuários por dia útil acessaram a plataforma para consultar a conta. Assim como, mais de 422 milhões logaram na plataforma.
Recuperação do banco digital
Nesta semana, a ação do Banco Inter apresentou sinais de recuperação. Isso após acumular uma queda de 21,39% na última semana, representando a maior baixa do Ibovespa. No mês de setembro, a fintech já tinha apresentado uma baixa de 30%.
Desse modo, a queda drástica pode ter sido causada por uma junção de razões. Entre elas, o cenário externo cauteloso, o interno bagunçado, além do boato de que talvez o Inter fosse ter um provisionamento (previsões de perda) muito grande.
Dentre os rumores para justificar a desvalorização de uma das ações mais queridinhas da Bolsa de Valores brasileira até então, o que se destacou foi que a carteira de crédito da companhia estaria mal administrada. Sendo que, em junho deste ano, a ação do Inter protagonizou a alta histórica, com seus papéis cotados a R$ 28,49.
Saída da Bolsa de Valores
No início do mês, o Banco Inter informou que faria uma reorganização societária. A mudança consiste em retirar todas as suas ações da Bolsa de Valores brasileira (B3). Em seguida, se listar no índice Nasdaq dos Estados Unidos.
Por outro lado, a fintech disponibilizará aos investidores brasileiros BDRs (Brazilian Depositary Receipts – certificados que representam ações de empresas negociadas no exterior). Ou seja, os ativos daqueles que investen no banco serão substituídas por BDRs.
Desse modo, as instituições que estão acompanhando de perto essa migração são Itaú BBA, Bradesco BBI, J.P. Morgan e Bank of America. Vale ressaltar que esta é a primeira empresa brasileira a realizar uma migração da B3 para uma bolsa americana.
Em contrapartida, a atitude do Banco Inter também despertou pontos negativos, principalmente quando o assunto é o investidor brasileiro. Afinal, não haverá a isenção de Imposto de Renda (IR), cerca de 15% em cima do lucro. Além disso, em relação aos dividendos, há possibilidade dos acionistas não terem mais esse direito.
Cotação do Inter
No último pregão, nesta terça-feira (27), a ação preferencial do Inter registrou uma queda de 5,26%, a R$ 13,52. Assim como, a unit e a ação ordinária caíram 5,68% e 4,45%, para R$ 39,82 e R$ 13,09.