Três ações para investir em 2021, segundo Tiago Reis, da Suno Research

Fabrizio Gueratto é colunista do e-Investidor e escreve neste espaço periodicamente

O ano de 2020 causou rupturas inimagináveis na economia brasileira e balançou o mercado de ações. Se em janeiro o Ibovespa-2,54%, índice da B3 (B3SA3) flutuava entre os 115 mil pontos, esse patamar caiu abruptamente após o registro da primeira morte causada pelo novo coronavírus (covid-19) em São Paulo, no mês de março.

Em meio à expansão das áreas afetadas pela pandemia, o Ibovespa chegou aos 63 mil pontos no dia 23 de março, sendo que a B3 registrou 6 circuit breakers ao longo do mesmo mês.

Apesar de todos os danos, quedas e tropeços, o Ibovespa foi protagonista de uma recuperação surpreendente. Neste fim de ano, quando vemos que o índice já retornou ao patamar em que estava no início do ano, imaginamos que a economia brasileira não parece ter enfrentado um de seus maiores tombos históricos. No último pregão de 2020, a bolsa fechou o pregão registrando 119.225,23 pontos, valor mais alto do que o apontado no fim de 2019.

Com isso em mente, gravei um vídeo (assista no fim deste texto) com o Tiago Reis, fundador da Suno Research, para discutir as ações que podem fazer o investidor lucrar em 2021 e podem entrar nas carteiras recomendadas das corretoras de valores. Desse bate-papo, Reis falou das 3 ações que apresentam alto potencial para 2021.

Três ações para investir em 2021, segundo Tiago Reis, da Suno Research

Ações do Facebook (FBOK34)

O isolamento social e fechamento de lojas durante a quarentena foram fatores importantes para a expansão de empresas de tecnologia. Nesta maré desfavorável aos comércios unicamente físicos, inúmeras lojas foram forçadas a incluir o e-commerce em seus modelos de negócios.

Por conta desta tendência, as empresas hosts de sites e lojas virtuais foram as que mais faturaram em 2020, tal como Magazine Luiza (MGLU3)+0,97%, B2W (BTOW3), Via Varejo (VVAR3)-2,15% e a própria Amazon (AMZO34).

Apesar dos nomes nacionais mais óbvios, as empresas de tecnologia internacionais também se beneficiam deste sistema de comércio digital. Entre os grandes nomes do ramo, o Facebook (FBOK34) se apresenta como um gigante indiscutível.

Por meio dos anunciantes que buscam as redes sociais como forma de publicização de seus produtos, o Facebook fatura conforme o marketplace digital se expande.

“O Facebook é uma empresa que combina alto potencial de crescimento, alta rentabilidade, e um balanço muito sólido, o que reduz bastante o risco. Se não me engano, o Facebook tem mais de US$ 50 milhões em caixa, algo incomum entre as empresas. Além disso, ele cresce porque existem cerca de 200 milhões de empreendedores que estão na plataforma, mas somente 10 milhões investem em publicidade lá. Acredito que o número de empreendedores e anunciantes continuará a crescer. Tal como um leilão, quanto mais gente entrar na sala, mais caro ficará o ativo. Por conta disso, não vejo jeito do Facebook faturar menos no futuro”, explica Tiago Reis.

Ações da Equatorial (EQTL3)

A Equatorial (EQTL3)+0,65% participa de um setor relativamente seguro: o elétrico. Enquanto o Brasil ainda necessita de ampliação em infraestrutura e melhorias em sua rede elétrica, este ramo apresenta possibilidades generosas de expansão.

A Equatorial participa do sistema de distribuição elétrica de três estados: Maranhão, Pará e Piauí. Ao redor do Brasil, ainda opera nos ramos de transmissão e geração de energia. Só no terceiro trimestre de 2020, a empresa registrou lucro líquido de R$ 728 milhões, alta de 32,7% em relação ao mesmo período de 2019.

“É uma empresa que já fez vários processos de turnaround de ativos. Eles compram ativos que eram da Eletrobrás, ou que eram de outras estatais e colocam gestão de iniciativa privada. Acredito que tem tudo para que este seja um papel de destaque em 2021”, comenta o fundador da Suno.

Ações da M. Dias Branco (MDIA3)

A empresa brasileira de biscoitos e massas não apresentou os melhores resultados em 2020, porém, seu potencial de crescimento é amplo. Os bons índices de práticas corporativas sustentáveis e marcas bem estabelecidas tornam a M. Dias Branco (MDIA3) uma empresa atrativa. Porém, neste ano, o preço do trigo e alta do dólar frearam as possibilidades de otimização dos resultados.

Apesar de ter apresentado margens mais tímidas, sua receita líquida atingiu R$ 2 bilhões no terceiro trimestre de 2020, um resultado 30,9% maior do que o registrado no mesmo período de 2019. Por conta de seus resultados, os acionistas preveem um alto potencial de upside quando a empresa iniciar os repasses de aumento de preço.

“É uma empresa que não se recuperou no potencial que podia. Ela tem sofrido algumas pressões de margem nos últimos trimestres, mas acho que a gente já viu esse filme algumas vezes no passado, em pelo menos em duas ocasiões: quando o dólar dispara ou o preço do trigo dispara. Isso foi exatamente o que aconteceu nos últimos 12 meses, o que faz a empresa não repassar naquele momento. Este repasse é gradual, e como este processo demora um pouco, a margem dá uma mergulhada e depois recupera conforme a empresa repassa os aumentos de preço. É uma empresa que pegou volumes muito fortes neste ano, mas deixou a desejar em margem. Por conta disso foi penalizada pelo mercado, porém este filme não é novo, é natural que a empresa vá apresentar margens maiores”, finaliza Reis.

  • Só clique aqui se já for investidor
você pode gostar também

Comentários estão fechados.