Duas empresas brasileiras, Suzano (SUZB3) e Embraer (EMBR3), fizeram emissões de títulos de dívida no mercado externo.
Segundo o Valor, cada uma delas levantou US$ 750 milhões. Ambas vão reforçar o caixa e usar parte dos recursos para recomprar bônus de prazo mais curto.
A Suzano emitiu o primeiro “sustainability-linked bond” de uma empresa brasileira e o segundo já lançado no mundo.
Diferentemente do “green bond”, os recursos captados com esse papel não são carimbados para uso em projetos específicos. O que a empresa faz é assumir compromissos com metas ambientais.
A oferta
De acordo com o jornal, a oferta da Suzano teve demanda de nove vezes e saiu com yield (retorno) de 3,95%, menor taxa já encontrada pela companhia em toda a sua história no mercado.
O papel tem prazo de dez anos. Ontem, o título da Suzano que vence um ano antes era negociado a 4,06% – os novos títulos saíram abaixo desse papel, um ano mais curto.
Entretanto, não é possível afirmar exatamente que a taxa menor está relacionada ao comprometimento ESG (sigla em inglês para ambiente, social e governança) do papel.
Mas o fato é que muitos fundos dedicados ao ESG se interessaram pelos títulos, o que contribuiu para aumentar a demanda e, consequentemente, comprimir o spread.
Apelo
No caso da Suzano, os papéis tiveram o apelo do ESG, aliado ao fato de ser uma empresa de um país emergente e com o rating grau de investimento.
Cerca de 300 investidores colocaram ordens de compra para os papéis. Procurada, a Suzano não deu entrevista. Antes da emissão, a empresa havia lançado uma recompra para papéis que vencem em 2024, 2025 e 2026.
Veja SUZB3 na Bolsa:
Coordenação
A oferta foi coordenada por J.P. Morgan , Goldman Sachs, Morgan Stanley, Bank of America, BNP, Crédit Agricole, MFUG, Rabobank, SMBC, Scotiabank e Mizuho.