Depois do anúncio do corte na taxa de juros do Brasil, a Selic, em 0,50 p.p, diversas entidades se manifestaram sobre a decisão. Cada uma apresentou o que essa redução representa para os devidos setores.
ABRAINC
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias – ABRAINC considera positiva a redução na taxa de 13,75% para 13,25%.
O presidente da ABRAINC, Luiz França, diz que o corte na taxa básica de juros é essencial para a incorporação imobiliária e construção civil, uma vez que os financiamentos habitacionais de imóveis de médio e alto padrão são os mais impactados pela Selic.
“Além da queda nos juros, é essencial que o Banco Central adote medidas que aumentem a oferta de funding ao setor. Uma delas é a ampliação dos recursos da Poupança que são direcionados obrigatoriamente ao financiamento de imóveis dos atuais 65% para 70%”, explica o executivo.
CNI e a Selic
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera acertada a decisão do Comitê de Política Monetária – Copom. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, mantido o cenário de controle da inflação nos próximos meses, é necessário que os cortes na Selic sejam mais intensos. Antes da reunião do Copom, a taxa de juros estava 4,8 pontos percentuais acima da taxa neutra, aquela não estimula nem desestimula a atividade econômica.
“A decisão foi acertada, uma vez que não compromete o processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e da economia. As expectativas de inflação têm passado por sucessivas revisões para baixo e a apreciação da taxa de câmbio, nos últimos meses, também representa mais um elemento positivo para esse cenário de controle da inflação”, avalia Robson Andrade.
A Selic em alta tem comprometido significativamente a atividade econômica em 2023. Na comparação de junho de 2023 com junho de 2022, a produção da indústria de transformação caiu 1,5%. Já o setor de serviços registrou queda de 2% em maio em comparação com dezembro de 2022, na série livre de efeitos sazonais.
Associação Comercial de São Paulo
Depois do período em que foi alvo de críticas do governo e do empresariado, a diretoria do BCB reduziu em 0,5% os juros da Selic.
Essa redução, maior do que se esperava se justifica pela desaceleração observada na inflação, inclusive em seu núcleo, que mostra sua tendência, descontando a influência dos preços mais voláteis, num contexto de redução das expectativas de inflação e diminuição importante da taxa de câmbio.
Posicionamento da CNC
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) considera acertada a decisão do Copom. O início do ciclo de queda da taxa de juros é um primeiro passo para um novo momento do varejo brasileiro.
“Mesmo que gradual, esse movimento vai aliviar o orçamento das famílias e das empresas que se endividaram muito na pandemia, abrindo espaço para o aumento do consumo e para a melhoria das condições de crédito.”
Sebrae e a decisão
A medida vai ao encontro de uma demanda geral do governo e dos empresários, mas ainda é um patamar considerado insuficiente para aqueles que enxergavam nos indicadores da economia espaço para uma redução mais significativa. É o caso do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, que considera a o patamar ainda elevado da taxa de juros como uma falta de sensibilidade para com os donos de pequenos negócios no Brasil.
“A economia brasileira tem respondido positivamente. O país teve o quarto maior crescimento do PIB no primeiro trimestre entre todas as economias globais. Somamos um volume de US$ 166,5 bilhões em exportações, com superávit de US$ 45,5 bilhões, o maior da nossa história. Além disso temos mantido, de modo consistente, a retomada dos empregos formais”, comenta Décio Lima.
Nesse contexto, segundo o presidente do Sebrae, é injustificável que os donos de pequenos negócios tenham de tomar empréstimos com uma taxa de juros tão elevada.
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