Queda no preço do petróleo impacta inflação e ações

Diversas medidas no setor estão promovendo as variações nos preços

A queda no preço do petróleo impacta inflação e ações. Os investidores globais monitoram de perto os desenvolvimentos relacionados ao movimento neste início de ano. A expectativa é identificar pontos de equilíbrio ou desequilíbrio para alinhar e realinhar suas estratégias de investimento, de acordo com o cenário vigente.

Na manhã desta terça-feira (09/01), o petróleo tipo Brent, que é negociado na bolsa Mercantil de Futuros de Londres e é referência global, registrava uma alta de 2,35%, sendo cotado a US$ 77,91, por volta das 9h45. Simultaneamente, o tipo WTI – Texas, que é negociado na bolsa de valores de Nova York – NYSE, apresentava um aumento de 2,43%, alcançando US$ 72,48.

O preço da commodity tem oscilado em um patamar inferior ao registrado no final de 2023, quando o barril variava entre US$ 80 e US$ 90. Em 2022, o petróleo mantinha uma cotação próxima aos US$ 100. Portanto, observa-se um recuo expressivo nos preços.

Neste dia, o mercado de petróleo pode ser influenciado pelo anúncio de corte de preços realizado pela Saudi Aramco, a petroleira estatal da Arábia Saudita, para as entregas programadas em fevereiro.

A empresa planeja implementar uma redução de US$ 2 por barril no custo oficial do petróleo destinado à Ásia, atingindo os valores mais baixos desde novembro de 2021. Essa redução também foi aplicada aos compradores nos Estados Unidos e na Europa, resultando em um preço do petróleo saudita US$ 1,50 por barril mais baixo do que as produções de Dubai e do Omã.

Para o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, os investidores devem se atentar ainda às guerras e tensões que podem culminar em novas guerras ao redor do mundo. “O conflito Rússia-Ucrânia vem ocorrendo desde fevereiro de 2022 e parece estar longe de terminar. Já o conflito Israel-Hamas iniciou em 7 de outubro de 2023”, lembra.

“Há, ainda, uma escalada nas tensões entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, com ameaças crescentes de ataques iminentes, bem como escalada das tensões entre a China e Taiwan, que pode resultar em uma tentativa de retomada da ilha por parte dos chineses e isso envolveria, possivelmente, uma intervenção dos EUA”, explica.

Todos estes acontecimentos, afirma, podem impactar o preço do petróleo para mais ou para menos e dificulta que analistas consigam projetar um cenário-base para os preços do petróleo em 2024. “Assim, a recomendação é que os investidores mantenham a cautela”, destaca.

Inflação e ações

A flutuação que se vê no preço do petróleo já impactou, na primeira semana do ano, nas ações de empresas de energia, como Petrobras (PETR3; PETR4) e as Junior Oils. A estatal brasileira, por exemplo, ajudou a puxar o Ibovespa para baixo nas primeiras sessões do ano, apesar de o índice ter encerrado 2023 quebrando recordes de alta.

Há um temor de que a Bolsa brasileira possa devolver os ganhos recentes, e os papéis desse setor podem contribuir para isso.

Já na via oposta, caso o petróleo venha reportar uma alta significativa – a exemplo de uma disparada pela razão que for – o temor recai sobre a inflação global, cujos principais bancos centrais estão se esforçando, neste momento, para controlar.

A falta de clareza, neste segmento, praticamente obriga o investidor a buscar lucro em outros segmentos, mais estáveis, por enquanto, e descolados destes conflitos internacionais e dos cartéis produtores que mexem no preço com muita facilidade.

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