Um dia depois do corte na Selic, a bolsa de valores brasileira caiu 2,15%. Em teoria, não faz sentido o mercado desabar sendo que, quando a taxa de juros está em queda, gradativamente faz com que o investidor deixe de achar a renda fixa atrativa. Com isso, os olhares de voltam para a renda variável, ou seja, muito em razão da expectativa de pegar o início da alta das ações da B3, à medida que o Banco Central tende a continuar promovendo cortes seguidos nas próximas reuniões do Copom.
No entanto, apesar do crescente número de novos investidores pessoas físicas, que saiu de 500 mil e hoje passa de 17 milhões, o saldo médio destes brasileiros é de aproximadamente R$ 2 mil. Por isso, ainda, o fluxo que movimenta a bolsa brasileira é de investidores institucionais brasileiros e, principalmente, de fora do país. “Os estrangeiros são responsáveis por mais de 50% de todo o nosso movimento. Em agosto, por exemplo, quando o Ibovespa caiu por 13 pregões seguidos, eles venderam R$ 13,2 bilhões em ativos. O motivo é muito simples. O dinheiro está saindo do Brasil e indo para os EUA”, explica o economista e CEO da Multiplike, Volnei Eyng.
Na última quarta-feira o Federal Reserve -Fed anunciou que a taxa de juros seguirá inalterada, entre 5,25% e 5,5% ao ano. É o maior nível dos últimos 22 anos. “O investidor institucional estrangeiro, que precisa entregar rentabilidade, prefere alocar os recursos nos Estados Unidos, mercado mais líquido e seguro do mundo e garantir uma rentabilidade de praticamente 0,5% ao mês na renda fixa e com segurança. O dinheiro continua saindo do Brasil e de diversos mercados emergentes em todo o mundo e levará um tempo até estes recursos retornarem. Enquanto isso, a tendência é que a bolsa continuará andando de lado”.
Além disso, no cenário brasileiro, a renda fixa ainda está conseguindo entregar rentabilidade de mais de 1% ao mês. “Com os juros americanos nas alturas e fundos entregando mais de 140% do CDI, o investidor pensa duas vezes antes de tomar risco. Tradicionalmente, no Brasil, num investimento conservador, é possível dobrar o capital investido num período entre 5 e 6 anos. Isso é emocionalmente confortável para o investidor. O que vimos no passado, taxa de juros em 2%, será difícil vermos este cenário novamente”, finaliza Eyng.
A performance dos fundos da Multiplike, nos últimos 12 meses, está entre as melhores do mercado. O fundo Cota Mezanino entregou 140,88% do CDI e Cota Sênior bateu 127,67%.
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