Petrobras pode retornar 50% da ação com R$ 215 bi em dividendos, diz banco

Dividend Yield de 49% é gigantesco e, se cenário projetado pelo Credit Suisse, se concretizar, é uma excelente oportunidade

O dividend yield de 22% da Petrobras (PETR4) foi um dos maiores da B3. Há a possibilidade desse ano ser ainda melhor: o investidor que comprar a ação agora pode ganhar até 50% só em dividendos este ano, se o melhor cenário para a empresa se concretizar. A empresa pode pagar cerca de US$ 43 bilhões em dividendos, o equivalente a R$ 215 bilhões, considerando o dólar a R$ 5.

Em relatório assinado por Regis Cardoso e Marcelo Gumiero, de antes do reajuste do preço da gasolina anunciado hoje, há três cenários base para a empresa:

O primeiro, e melhor, cenário é a empresa manter a política de preços com paridade internacional, reajustando os preços conforme o preço do petróleo varie. Nesse cenário, pode ser que o governo subsidie os preços nos postos de gasolina, o que é bom para a empresa, já que esse dinheiro vai sair da União e não da Petrobras. Até agora, esse é o cenário mais provável, já que a empresa acaba de reajustar os preços, reduzindo a defasagem da gasolina no Brasil em 18%.

Se o barril de petróleo do tipo Brent tiver uma média de US$ 90 durante o ano, a Petrobras pode pagar cerca de US$ 25,5 bilhões em dividendos, o que daria um yield de 29% frente os preços atuais. Mas se o Brent tiver um preço médio de US$ 125 durante o ano, a empresa pode distribuir até US$ 43 bilhões, que é o equivalente a R$ 215 bilhões, que daria um dividend yield de 49%. Nas contas do Credit Suisse, cada alta de US$ 10 no preço do barril médio aumenta em US$ 5 bilhões os dividendos neste cenário.

Outras possibilidades

O segundo cenário é a manutenção dos preços atuais, mas permitindo que outros players importem gasolina para suprir o mercado interno. Neste caso, a Petrobras só tem benefícios da alta frente os barris exportados, cerca de 600 mil por dia. Assim, cada US$ 10 no preço médio do barril gera cerca US$ 700 milhões a mais para a empresa. Com o Brent a US$ 90, a empresa deve pagar US$ 22 bilhões, ou R$ 110 bilhões, para os acionistas. Com o Brent a US$ 125, são US$ 24,6 bilhões em dividendos, ou R$ 123 bilhões.

Esse cenário já foi por água baixo, dado que a Petrobras anunciou um reajuste de preços depois que os analistas lançaram o relatório. Contudo, a possibilidade da empresa segurar os preços de agora em diante continua existindo, o que altera os cálculos do Credit Suisse, mas não a lógica que os levou a chegar nestes números.

E o terceiro cenário, que também não se concretiza exatamente como está nos cálculos do Credit Suisse por conta do reajuste, é o terceiro e mais negativo. Neste, a Petrobras mantém os preços como estão durante o ano e ainda importa gasolina e diesel para suprir o mercado interno – com prejuízo.

Um cenário parecido com o governo Dilma, quando a Petrobras se tornou a empresa mais endividada do mundo para segurar a inflação nacional. Neste caso, os dividendos caem para US$ 20,7 bilhões com o Brent em US$ 90 e, ao contrário dos outros dois cenários, o valor cai para US$ 17,5 bilhões, ou R$ 87,5 bilhões, com a alta do petróleo até US$ 125.

Essas medidas são muito improváveis, já que regras de governança e da sociedade anônima só permitem a Petrobras subsidiar o preço dos combustíveis se receber do governo para isso. Vale notar que a Petrobras continua altamente lucrativa em todos os cenários.

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