O banco UBS manteve a recomendação de compra para a Petrobras (PETR4) com preço-alvo em R$ 31, conforme relatório encaminhado ao mercado.
De acordo com o documento, o banco destaca que “com as estratégias de longo prazo preservadas, a petroleiras não deve voltar a subsidiar combustíveis ou abandonar desinvestimentos”.
Petrobras – UBS
O posicionamento do UBS vai na contramão da maioria dos bancos de investimentos, gestoras e assessorias financeiras justamente por conta da possível ingerência do presidente Jair Bolsonaro na companhia, ao demitir o presidente Castello Branco e indicar um general.
“Apesar da influência do governo federal, a questão-chave está fincada na estratégia de longo prazo da petroleira. O risco só se fará concreto caso a Petrobras mude sua política de preços e comece a subsidiar os preços dos combustíveis como feito durante a Era Dilma (2010-2014),” advertem os analistas Luiz Carvalho e Gabriel Barra, que assinam o relatório do UBS.
General
Ainda de acordo com a instituição financeira, é cedo para saber se o general Joaquim de Silva e Luna, indicado para substituir Roberto Castello Branco no comando da Petrobras, manterá a atual política de preços, ou se se submeterá à ingerência política do Palácio do Planalto.
O UBS relembra que em 68 anos de história da Petrobras, estamos prestes a ter o 39° presidente a comandar uma das maiores empresas da América Latina, o que reflete em uma média de 1,7 ano em cada gestão.
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Estatal
Para a dupla, outro fator que poderia acender o sinal de alerta seria, caso a estatal também mudasse sua direção de desinvestimentos, principalmente em refino e gás natural.
“Em caso de guinada, veríamos uma mudança de 180° na estratégia da companhia, o que afetaria sensivelmente a nossa tese de investimento”, explicam os especialistas.
O banco suíço também reforça que para minar cada vez a influência de Brasília sobre a Petrobras é necessário encerrar os monopólios do setor petrolífero, criando mais competição.