Papéis do Assaí sobem 386% na Bolsa brasileira e faz ações do GPA despencarem, diz jornal

Ontem, a rede de atacarejo Assaí fez uma estreia de impacto na B3, a Bolsa paulista: viu seu papel disparar nada menos do que 385,73%, fechando o dia a R$ 71,40 – multiplicando por cinco seu valor ao longo do pregão, cujo valor inicial era de R$ 14,70. A rede, que é parte do Grupo Pão de Açúcar, atraiu a atenção em detrimento da controladora, que caminhou na direção inversa, perdendo quase dois terços de seu valor em um só dia e encerrando a R$ 23,33.

Segundo o Estadão, apesar da oscilação parecer assustadora, a analista da MyCap, Julia Monteiro, disse que o “movimento está dentro do esperado”. Isso porque o Assaí – assim como ocorre com outras operações semelhantes em concorrentes, como o Atacadão (parte do grupo Carrefour) – é visto pelo mercado como a “joia da coroa” da varejista. Na visão da MyCap, para o fim de 2021, a ação do Assaí pode valer entre R$ 104 e R$ 105, enquanto a previsão para o GPA (que ficou com bandeiras como Extra e Pão de Açúcar) é bem mais modesta, de R$ 30.

Assaí: bolsa

Diante da separação do Assaí na Bolsa, os acionistas do GPA receberam ações do atacarejo na mesma proporção de sua participação na controladora. Os franceses do Casino terão 41,2% do negócio que passou a ser negociado separadamente na B3, ou 268 milhões de ações – a mesma fatia que possuem no conglomerado como um todo.

Segundo os analistas Robert Aguilar, Melissa Byun e Vinicius Strano, do Bank of America (BofA), estava previsto que os investidores ajustassem os múltiplos do Assaí neste primeiro pregão. Por outro lado, eles alertaram as operações que permaneceram com o GPA carregam alguns problemas, como o risco de governança e contingências atualmente estimadas em R$ 12,5 bilhões.

Assaí: analistas

Analistas da XP Investimentos, Danniela Eiger, Thiago Suedt e Marco Nardini explicaram que a forte queda de GPA é justificada, uma vez que o valor relacionado ao Assaí estava concentrado no grupo.

Para Luis Sales, da Guide Investimentos, a divisão foi um movimento positivo: “A separação da companhia em seu braço de varejo e de atacado ocorre com o objetivo de permitir que as empresas passem a operar de forma autônoma e com equipes de gestão individuais, o que promove maior desenvolvimento e crescimento de cada uma delas. (…) E facilita a mensuração de valor de mercado de cada um dos negócios.”

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