As vendas no varejo restrito registraram forte alta de 3,8% em janeiro, acima da nossa expectativa (2,8%) e da mediana do mercado (3,4%). Na leitura ampliada, as vendas avançaram 0,2%, abaixo de nossa expectativa (0,4%) e do mercado (0,6%).
Na comparação anual, as vendas no varejo registraram alta de 2,6% no conceito restrito e de 0,5% no ampliado.
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As vendas no varejo restrito registraram forte alta de 3,8% em janeiro, acima da nossa expectativa (2,8%) e da mediana do mercado (3,4%). Na leitura ampliada, as vendas avançaram 0,2%, abaixo de nossa expectativa (0,4%) e do mercado (0,6%). Na comparação anual, as vendas no varejo registraram alta de 2,6% no conceito restrito e
de 0,5% no ampliado. Importante ressaltar que os dados de dezembro foram revisados, com o varejo restrito caindo 2,8% (ante -2,6%). Logo, com o resultado de janeiro, as vendas no varejo restrito encontram-se 3,3% acima do nível pré-pandemia, enquanto a leitura ampliada se encontra 1,3% abaixo.
Em relação ao conceito restrito, sete das oito atividades pesquisadas registraram alta em janeiro, com destaque positivo principalmente para tecidos, vestuário e calçados (27,9%), equipamentos e materiais para escritório (7,4%) e supermercados (2,3%). As vendas de outros artigos de uso pessoal (2,0%), combustíveis e lubrificantes (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,3%) e livros, jornais e revistas (0,6%) também avançaram no período. Pelo lado negativo, apenas artigos farmacêuticos (-1,2%) registraram queda em janeiro. Na leitura ampliada, as vendas de veículos recuaram 0,2%, enquanto materiais de construção registraram alta de 2,9%, este último apresentando o terceiro aumento mensal consecutivo. Em relação a janeiro de 2022, seis atividades apresentaram crescimento em janeiro.
Destaque principal para aumento de 26,7% nas vendas de combustíveis e lubrificantes, além dos avanços em livros, jornais e revistas (15,2%) e equipamentos e materiais para escritório (14,8%). As vendas de móveis e eletrodomésticos (3,4%), tecidos, vestuário e calçados (2,3%) e supermercados (2,2%) também registraram alta no mês.
Pelo lado negativo, observa-se queda de 7,6% nas vendas de artigos farmacêuticos, além do recuo de 6,5% em outros artigos de uso pessoal. No conceito ampliado, as vendas de veículos e materiais de construção avançaram 4,4% e 1,1% respectivamente. Cabe destacar que a nova série da PMC divulgada pelo IBGE inclui agora as vendas no atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo no conceito ampliado. O item registrou queda de 0,9% na comparação com janeiro de 2022.
As vendas no varejo tiveram forte desempenho em janeiro, na comparação mensal. Esse movimento basicamente compensou a queda observada nos últimos meses. Importante ressaltar que a leitura dos últimos dados deve ser realizada com cautela dada a atualização da metodologia da série feita pelo IBGE.
Prospectivamente, a manutenção da taxa de juros em patamar elevado, dificultando o acesso a crédito, aliado a maior endividamento das famílias deve seguir impactando negativamente as vendas no varejo. Por outro lado, uma expansão fiscal baseada em maiores transferências de renda deve prover alguma sustentação para o setor ao longo do ano.
*Rafael Rondinelli é economista no Modal
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