O volume do setor de serviços registrou forte queda de 3,1% em janeiro na comparação mensal, resultado abaixo da nossa expectativa (-1,3%) e da mediana do mercado (-1,4%).
Na comparação com janeiro de 2022, a PMS avançou 6,1%.
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O volume do setor de serviços registrou forte queda de 3,1% em janeiro na comparação mensal, resultado abaixo da nossa expectativa (-1,3%) e da mediana do mercado (-1,4%). Na comparação com janeiro de 2022, a PMS avançou 6,1%. Cabe ressaltar que os dados de dezembro foram revisados de alta de 3,1% para 2,9%, entretanto, note-se que a série passou revisão metodológica. Logo, o setor de serviços agora encontra-se 10,3% acima do nível pré-pandemia (ante 13,8% na leitura anterior).
Na análise mensal, três das cinco atividades pesquisadas recuaram no mês, com destaque para transportes (- 3,7%) e serviços profissionais (-1,5%). Outros serviços (-9,9%) também registraram queda no período. Por outro lado, note-se avanço de 1,0% nos serviços prestados às famílias, o segundo aumento mensal consecutivo, além da alta de 1,0% em serviços de informação e comunicação.
Em relação a janeiro de 2022, apenas outros serviços registraram queda, com leve recuo de 0,1%. Por outro lado, destaque positivo para o crescimento de 11,4% nos serviços prestados às famílias, além do avanço de 8,3% em serviços profissionais e administrativos. Transportes (6,0%) também avançaram, entretanto, o desempenho da
categoria desacelerou ante a alta de 10,2% observados no mês anterior. Serviços de informação e comunicação apresentaram crescimento de 5,9% na comparação anual.
Os serviços prestados às famílias continuam avançando, no entanto, ainda se encontram 3,2% abaixo do nível pré-pandemia, permanecendo como a única categoria a não recuperar o patamar observado em fevereiro de 2020. Dentre os demais segmentos, destaque positivo principalmente para transportes e informação e comunicação, que estão 19,4% e 16,4% acima do nível registrado antes da pandemia.
Após avanço relevante em dezembro, o setor de serviços registrou forte recuo no mês, possivelmente demonstrando os primeiros sinais de desaceleração e interrompendo uma sequência de dois avanços mensais consecutivos. Prospectivamente, a manutenção da taxa de juros em patamar elevado deve impactar negativamente o setor. Por outro lado, a expansão fiscal baseada em aumento das transferências de renda pode
dar fôlego adicional, com lenta desaceleração ao longo do ano.
*Rafael Rondinelli é economista no Modal
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