Para o IPCA de fevereiro, que será divulgado nesta próxima sexta-feira, estimamos alta de 0,79%, marginalmente acima das expectativas do mercado pela BBG e Broadcast (0,78%). Nas aberturas estimamos aumento de 0,77% de Administrados, com Livres apenas 3bps acima, com alta de 0,80%.
A inflação do primeiro trimestre caminha para um valor elevado. Contudo, no que cabe a condução da política monetária, fatores sazonais fortes ou movimentações one-off como de reonerações de impostos, não impactam a dinâmica inflacionária per se e, consequentemente, perdem importância. Por tais razões, o debate em relação a trajetória da taxa de juros deve continuar dominado por preocupações com o cenário externo e fiscal.
Comentário
Para o IPCA de fevereiro, que será divulgado nesta próxima sexta-feira, estimamos alta de 0,79%, marginalmente acima das expectativas do mercado pela BBG e Broadcast (0,78%).
A leitura ainda será marcada por Educação, com alta estimada de 6,35%. Como discutido em nosso relatório pré IPCA-15, apesar do fator sazonal, a variação no item aponta para aumento acima da média histórica do mês (4,88% 2016-2020). Por fim, note que sua contribuição de 36bps deve retomar a casa de um digito já em março.
Promovendo alívio em nossas projeções, Alimentação e bebidas devem arrefecer de 0,53% para 0,21%. Mais notoriamente, vemos estabilidade para Alimentação no Domicílio, compensada por alta de 0,77% de Alimentação Fora do Domicílio, resultando em pressão adicional em Serviços. Em mesma linha, Transportes sugerem alta de 0,13% apenas com deflação de passagens aéreas e óleo diesel.
Importante ressaltar que a reoneração sobre a gasolina e etanol só terá efeito a partir do IPCA-15 de março. Já Comunicação deve-se manter no patamar de 0,83% observado no IPCA-15, o que comparado a leitura de 2,09% de janeiro simboliza maior desaceleração para o índice cheio.
Atuando em menor escala, mas contribuindo 24 bps no total, temos Habitação (est. 0,88%) e Saúde e cuidados pessoais (est. 0,82%). Para o primeiro grupo, destaca-se avanço de energia elétrica residencial em nossas projeções. Já para o segundo, perfume e artigos de maquiagem devem liderar contribuição Nas aberturas estimamos aumento de 0,77% de Administrados, com Livres apenas 3bps acima, com alta de0,80%. Por dentro da composição, vemos pressão contínua de Serviços (est. 1,21%) devido a Educação, mas subjacentes em um patamar mais ameno, porém ainda elevado, de 0,66%. Industriais devem registrar alta de 0,73%, forte avanço ante o avanço de 0,18% em janeiro, com subjacentes subindo 0,51%.
A inflação do primeiro trimestre caminha para um valor elevado. Contudo, no que cabe a condução da política monetária, fatores sazonais fortes ou movimentações one-off como de reonerações de impostos, não impactam a dinâmica inflacionária per se e, consequentemente, perdem importância. Por tais razões, o debate em relação a trajetória da taxa de juros deve continuar dominado por preocupações com o cenário externo e fiscal.
*Felipe Sichel é economista-chefe e sócio do Modalmais
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