A Produção Industrial registrou queda de 0,7% em setembro, em linha com a mediana do mercado e acima da nossa expectativa (-1,1%). Em relação a setembro de 2021, a PIM avançou 0,4%. Com esse resultado, a produção industrial se encontra 2,4% abaixo do nível pré-pandemia.
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A Produção Industrial registrou queda de 0,7% em setembro, em linha com a mediana do mercado e acima da nossa expectativa (-1,1%). Em relação a setembro de 2021, a PIM avançou 0,4%. Em 2022, a indústria acumula recuo de 1,1%. Com esse resultado, a produção industrial se encontra 2,4% abaixo do nível pré-pandemia.
Desagregando o resultado, a indústria extrativa subiu 1,8%, voltando a avançar após queda registrada em agosto.
A indústria da transformação, por sua vez, caiu 1,3%, o segundo recuo mensal consecutivo.
No mês de setembro, 21 dos 26 segmentos pesquisados registraram queda. Destaque para os recuos na fabricação de produtos alimentícios (-2,9%), metalurgia (-7,6%) e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,6%). Fabricação de bebidas (-4,6%) e de produtos de madeira (-8,8%) também contribuíram com o resultado mensal. A produção de veículos registrou leve queda de 0,1% em setembro. Pelo lado positivo, observa-se avanço na fabricação de máquinas e equipamentos (2,2%), outros equipamentos de transporte (2,7%) e equipamentos de informática (1,3%).
Por categorias econômicas, todas as aberturas mostraram retração e se encontram com variação negativa acumulada no ano. Destaque para a queda de 1,1% em bens intermediários e de 0,8% em bens de consumo, com bens de consumo duráveis recuando 0,2%, enquanto os bens de consumo não duráveis caíram 1,4%. Os bens de capital registraram queda de 0,5% no período.
Em relação a setembro de 2021, note-se novamente forte queda na indústria extrativa (-5,7%). A indústria da transformação registrou crescimento de 1,2%. Apesar do avanço na PIM na comparação anual, observa-se que apenas 12 dos 26 segmentos pesquisados subiram em setembro.
Destaque positivo para a produção de veículos (20,3%) e outros produtos químicos (7,7%). Adicionalmente, observa-se avanço na produção de celulose, papel e produtos de papel (6,6%), outros equipamentos de transporte (25,9%), máquinas e equipamentos (4,0%) e equipamentos de informática (10,0%). Do lado negativo, destaca-se a queda em metalurgia (-10,3%), fabricação de produtos de madeira (-24,2%), além dos recuos observados na fabricação de produtos de metal (-7,9%), máquinas e aparelhos elétricos (-9,2%) e produtos têxteis (-11,7%).
Em relação às grandes categorias econômicas, destaque para o crescimento de 4,6% em bens de capital e de 0,7% em bens de consumo, com avanço de 10,5% em bens de consumo duráveis aliado a um recuo de 1,4% em bens de consumo não duráveis.
Bens intermediários caíram 0,3%.
A leitura de setembro representa a segunda queda mensal consecutiva para a produção industrial. No entanto, observa-se desempenho mais homogêneo entre as categorias pesquisadas, com apenas 5 das 26 categorias reportando avanço em setembro. A divulgação sugere desaceleração da atividade industrial à frente, possivelmente influenciada pelo patamar elevado da taxa de juros.
Prospectivamente, por um lado os estímulos fiscais em vigor aliado a um mercado de trabalho robusto podem prover fôlego adicional para a produção industrial até o final do ano. Por outro, a desaceleração da atividade econômica global e a manutenção da taxa de juros em nível elevado por mais tempo podem manter a atividade industrial pressionada.
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