MODAL: IPCA-15 e o resultado

Prévia da inflação mostra queda para março

O IPCA-15 de março registrou alta de 0,69%, acima da mediana do mercado (0,67%) e de nossas expectativas (0,64%).

A divulgação de março é marcada por fatores exógenos, dentre eles: reonerações de impostos, impactando bens monitorados; casos de vaca louca aumentando a oferta doméstica de carne bovina e forte volatilidade de perfumes, pressionando Saúde e Cuidados Pessoais. Apesar disto, as leituras subjacentes apontam para maior arrefecimento da inflação, com queda considerável da média dos cinco núcleos acompanhados pelo BC de 0,68% para 0,43%, tal como uma queda da difusão de 67,03% para 61,31%. Contudo, incertezas de cunho fiscal nos levam a manter nossa projeção de SELIC inalterada.

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O IPCA-15 de março registrou alta de 0,69%, acima da mediana do mercado (0,67%) e de nossas expectativas (0,64%). Todos os grupos registraram variação positiva à exceção de Artigos e residência (-0,18%), queda proveniente de aparelhos eletrônicos (-1,06%). Vestuário, na qual se contemplava maior probabilidade de apresentar deflação,
registrou leve alta de 0,11%. Também contribuindo de forma positiva para a inflação temos Alimentação e Bebidas com avanço de 0,20% vs. 0,22% esperado. Em sua abertura, contudo, nota-se maior pressão em serviços com Alimentação Fora do Domicílio apresentando aumento de 0,40% para 0,68%, com Alimentação no Domicílio essencialmente apresentando estabilidade (0,02%).

Com as maiores inflações, destaca-se Transportes com avanço de 1,50%. Não só
gasolina teve uma alta acima do esperado de 5,76%, como passagens aéreas tiveram recuo mais ameno do que projetado (-5,32%). Em sequência, temos Saúde e Cuidados Pessoais registrando alta de 1,18% vs. 1,08% projetado sendo promovida por avanço contínuo de perfumes (5,88%). Note-se que no ano o grupo já apresenta variação acumulada de 2,82%. Por último, enfatiza-se alta de Habitação de 0,81%, proveniente de avanços de energia elétrica residencial.

Pelas aberturas, Administrados contém a maior surpresa com alta de 1,90% vs. 1,56%
esperado, associado a avanços de combustíveis acima do projetado. Já livres registram avanço marginalmente abaixo de nossas estimativas de 0,28%, forte arrefecimento ante fevereiro (0,82%), mas que pode ser principalmente associado ao fim dos reajustes de matriculas escolares. Em sua composição Serviços e Subjacentes avançam 0,29% e 0,32%, com desaceleração também sendo associada a alta de Educação de apenas 0,08%. Já industriais se encontram marginalmente mais aquecidos com alta de 0,48% vs. 0,39%.

A divulgação de março é marcada por fatores exógenos, dentre eles: reonerações de impostos, impactando bens monitorados; casos de vaca louca aumentando a oferta doméstica de carne bovina e forte volatilidade de perfumes, pressionando Saúde e Cuidados Pessoais. Apesar disto, as leituras subjacentes apontam para maior arrefecimento da inflação, com queda considerável da média dos cinco núcleos acompanhados pelo BC de 0,68% para 0,43%, tal como uma queda da difusão de 67,03% para 61,31%. Contudo, incertezas de cunho fiscal nos levam a manter nossa projeção de SELIC inalterada.

*Felipe Sichel é economista-chefe e sócio do Modal

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