MODAL: IPCA-15 e a alta de 0,53%

Leitura é marcada por sinais mistos

O IPCA-15 de novembro registrou alta de 0,53%. Nos grupos, comunicação foi uma surpresa negativa ao passo que não registrou deflação, ficando estável (0,0%).

A leitura é marcada por sinais mistos. Por um lado, o aperto monetário parece estar contribuindo para a queda da inflação através de Serviços, mas por outro, observamos um patamar elevado tanto de Industriais como de Administrados. Na soma, os riscos para a inflação permanecem, com a trajetória dos preços livres ainda acima do que seria consistente com rápida convergência em direção à meta.

Ademais, note-se o impacto evidentemente negativo das perspectivas fiscais sobre a trajetória da inflação. Mantemos nossa projeção de IPCA inalterada em 6,0% para o final deste ano.

Comentário:

O IPCA-15 de novembro registrou alta de 0,53%, abaixo de nossas expectativas (0,59%) da bbg (0,53%).

Nos grupos, comunicação foi uma surpresa negativa ao passo que não registrou deflação, ficando estável (0,0%).

Por mais que a leitura siga amena, ela aponta para uma maior dissipação do efeito do corte do ICMS, que deixou o grupo negativo desde julho, inclusive. Vestuário também surpreendeu, registrando alta de 1,48%, em linha com a última leitura de 1,43%, contribuindo 7bps para o headline.

Transportes, em linha com o esperado, teve um forte avanço de 0,49% vs. -0,64% anterior, sendo também a maior leitura desde julho.
Gasolina (maior contribuição para o headline), Etanol e Óleo diesel apresentaram variação positiva de 1,67%, 6,16% e 0,12% respectivamente, enquanto Passagens Aéreas contribuíram com queda de 9,48% ante nossa coleta de -14,3%.

Surpreendendo positivamente, Alimentação e Bebidas registraram alta de 0,54%,
abaixo da nossa expectativa (0,92%).

Alimentação Fora do Domicílio segue pressionada com inflação de 0,60% vs. 0,37% anterior, enquanto Alimentação no Domicílio, ainda que acima da leitura de outubro, teve avanço menor do que o esperado de 0,40%.

Pelas aberturas, Administrados reverteram à um patamar positivo de 0,77% após leitura de -0,78% em outubro, primeira alta em cinco meses. Já Livres avançaram 0,45%, dois pontos base a menos do que o registrado anteriormente. Na composição vemos Industriais e subjacentes ainda pressionados com altas de 0,90% e 1,02%,
voltando a beirar a marca de 1%. Por contraste, Serviços mostram um arrefecimento ainda maior com alta de 0,09% e 0,48% para subjacentes. Por fim, a média dos cinco núcleos subiu para 0,54%, enquanto a difusão avançou para 63,76%.

A leitura é marcada por sinais mistos. Por um lado, o aperto monetário parece estar contribuindo para a queda da inflação através de Serviços, mas por outro, observamos um patamar elevado tanto de Industriais como de Administrados.

Na soma, os riscos para a inflação permanecem, com a trajetória dos preços livres ainda acima do que seria consistente com rápida convergência em direção à meta. Ademais, note-se o impacto evidentemente negativo das perspectivas fiscais sobre a trajetória da inflação. Mantemos nossa projeção de IPCA inalterada em 6,0% para o final deste ano.

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