A taxa de desemprego segundo a PNAD Contínua recuou novamente, saindo de 8,3% para 8,1% no trimestre encerrado em novembro, em linha com a nossa expectativa e com a mediana do mercado, ambas em 8,1%.
A taxa de participação atingiu 62,4% (ante 62,6% anterior), a segunda queda mensal consecutiva.
O rendimento médio real registrou crescimento de 1,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior, totalizando R$ 2.787. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o nível de rendimento médio real avançou 7,2%.
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A taxa de desemprego segundo a PNAD Contínua recuou novamente, saindo de 8,3% para 8,1% no trimestre encerrado em novembro, em linha com a nossa expectativa e com a mediana do mercado, ambas em 8,1%. Essa é a menor taxa de desocupação desde abril de 2015.
A taxa de participação atingiu 62,4% (ante 62,6% anterior), a segunda queda mensal consecutiva. A população ocupada registrou estabilidade, totalizando 99,7 milhões de pessoas, maior patamar da série histórica. Na comparação anual, a população ocupada registrou alta de 5,0% (4,8 milhões de pessoas). Apesar da estabilidade na população ocupada, observa-se aumento na ocupação em empregos formais com queda no nível de empregos informais, o terceiro recuo mensal consecutivo.
O rendimento médio real registrou crescimento de 1,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior, totalizando R$ 2.787. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o nível de rendimento médio real avançou 7,2%, mais uma vez acelerando em relação ao mês anterior, quando apresentou aumento de 4,7%.
No entanto, o rendimento médio real encontra-se no mesmo patamar do início de 2018. Apesar da alta observada, note-se desempenho heterogêneo entre as categorias pesquisadas. Destaque positivo para os avanços mensais registrados na construção civil (2,2%), administração pública (1,4%), indústria (1,2%) e transporte, armazenagem e correio (1,0%). Pelo lado negativo, note-se queda em agricultura (-1,4%), outros serviços (-1,8%) e comércio (-0,1%).
Na comparação anual, destaca-se o aumento em agricultura (13,3%), construção civil (13,1%), serviços prestados as empresas (8,3%) e comércio (7,9%). Nenhuma categoria registrou queda no rendimento médio real na comparação com o mesmo período de 2021.
Novamente, o mercado de trabalho permanece aquecido e segue reportando desempenho robusto conforme divulgação do IBGE. Destaque positivo para o avanço no rendimento médio real, com ganhos anuais disseminado entre todas as categorias. Por outro lado, observa-se alguns sinais de desaceleração no ímpeto de crescimento
do mercado de trabalho. A população ocupada registrou estabilidade no trimestre encerrado em novembro após 8 meses consecutivos de alta, com destaque para a queda nos empregos informais. Prospectivamente, o nível elevado da taxa de juros e sua provável manutenção por mais tempo do que o incialmente esperado deve reduzir
o ritmo de contratação e impactar negativamente o nível de desemprego.
Felipe Sichel é socio e economista-chefe do Banco Modal
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