A Linx (LINX3) recebeu ajuste na proposta de fusão por parte da Stone, que pretende emitir BDRs, que são recibos correspondentes a suas ações negociadas nos EUA.
Segundo o Valor Econômico, a oferta da Stone, de R$ 6,3 bilhões pela Linx, prevê 90% do pagamento em dinheiro e 10% em ações – não há nenhuma alteração nessas condições.
Diretor de relações com investidores da Stone, Rafael Martins Pereira disse que muitos investidores brasileiros, pessoa física e fundos, ou não poderiam receber ações da companhia no exterior ou teriam de enfrentar dificuldades e burocracia para fazê-lo.
“Optamos por endereçar essa questão fazendo a emissão de BDRs patrocinados, na quantidade necessária para concretizar o pagamento da operação”, disse.
Tratativas
Ele ressaltou que a Stone identificou essa questão em conversas que tem mantido com o investidor brasileiro. No início do mês, a empresa já havia alterado as condições da oferta, elevando o valor da operação e reduzindo as multas para o caso de ela não ter êxito.
A Stone é listada na Nasdaq e será uma das primeiras companhias brasileiras que optaram por fazer um IPO lá fora a ter BDRs negociados na B3. Isso é possível por conta de recentes mudanças regulatórias promovidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
BDRs
Com a emissão de BDRs, que não envolvem captação de recursos, os acionistas brasileiros poderão, inclusive, destaca Pereira, manter os papéis da Stone e capturar os ganhos com sinergia e incremento de valor da companhia combinada.
Desde o início de agosto, Stone e Totvs estão numa ruidosa disputa pela Linx. A oferta da Totvs prevê a troca de ações, o que faria com que os investidores da Linx pudessem capturar também eventuais ganhos.
Confiante
Pereira diz que a Stone segue confiante com sua proposta pela Linx e não prevê novos ajustes. “É uma oferta transparente, negociada com o conselho da Linx, de baixo risco de execução, e com grande potencial de geração valor. Acreditamos que é a melhor proposta”, frisou.
Ele explicou que a emissão dos BDRS nível 1 pela Stone vai ocorrer apenas no âmbito da concretização da transação com a Linx. Se ela eventualmente não se concretizar, a Stone tenderá a rever a emissão. “Mas independentemente disso, é provável que os próprios bancos lancem BDRs não patrocinados da Stone no mercado brasileiro”, afirmou.
LINX3: SEC
As empresas esperam as avaliações da SEC, regulador americano, sobre a proposta para que uma assembleia da Linx possa ser chamada para votar a proposta da Stone.
Na segunda, a Totvs, em comunicado, acusou o comitê independente constituído pelo conselho de administração da Linx de estar retardando a análise da proposta feita pela Totvs “com o objetivo de favorecer a Stone” na disputa.
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