A indústria dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDCs avançou no primeiro semestre de 2023, com a criação de 129 novas carteiras, fechando junho com 2.064 fundos em operação. O patrimônio líquido do setor no período cresceu 7,4%, alcançando R$ 403,48 bilhões, segundo levantamento realizado pelo Martinelli Advogados, um dos maiores escritórios de advocacia do País, e que atua na estruturação jurídica dos fundos.
O destaque da indústria foram os FIDCs do setor de Comércio, que tiveram variação de 54,76%, atingindo R$ 107,60 bilhões em junho. Pela primeira vez superaram os fundos do setor Financeiro, que costumam ter a maior carteira, e chegaram a R$ 106,44 bilhões, com alta de 8%.
O Martinelli realizou a assessoria jurídica de duas operações financeiras recentes relacionadas à direitos creditórios para empresas do setor do comércio, com a emissão de cotas sêniores do FIDC da JP MM, e do agronegócio, para a estruturação do FIDC da MA Máquinas. Ambas são operações destacadas em seus respectivos setores e se alinham ao crescimento da atuação do escritório no assessoramento jurídico desses fundos.
“As duas operações são muito relevantes para nós, pois além de serem representativas para seus respectivos setores, reforçam a nossa expertise em atuar na estruturação dos FIDCs”, afirma o head de Serviços Financeiros do Martinelli Advogados, Walter H. Fritzke
Para ele, o crescimento na carteira dos FIDCs focados no setor de comércio é fruto de dois fatores principais. O primeiro é econômico e reflete um semestre desafiador para o setor varejista no que diz respeito à geração de caixa, o que aumenta a demanda por desconto de títulos. O outro, afirma, reflete as modernizações regulatórias dos fundos que têm dado cada vez mais credibilidade aos recebíveis deste setor.
De acordo com Fritzke, a curva de crescimento destes fundos em setores da economia real representa uma tendência de as organizações aderirem – cada vez mais – ao conceito de Embedded Finance, ou finanças embutidas, uma referência à inclusão de serviços financeiros próprios ao portfólio de produtos já oferecidos por empresas que não atuam necessariamente no setor financeiro.
“A modernização regulatória, mudanças na tributação e o advento do open banking vêm incentivando as organizações a estruturarem FIDCs como suas próprias fintechs, a fim de agregarem serviços financeiros em suas operações”, completa o head de Serviços Financeiros.
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