Nos dias de hoje, é comum nos referirmos a alguns produtos pelo nome de marcas famosas. É tão automático que a impressão é de que o produto não existia antes da marca nascer. Este fenômeno acontece com o Google, por exemplo. Quem nunca falou ou ao menos ouviu a expressão “dá um google”? Talvez este seja o auge do sucesso de uma marca: ultrapassar a fronteira de si mesmo e tornar-se sinônimo de um produto, objeto ou serviço.
Apesar de soar automático ou comum, chegar a este patamar não é nada trivial. Empresas como o Google não se tornam gigantes da noite para o dia, mas sim oferecendo gradativamente serviços sem os quais a sociedade passa a não saber mais viver sem. Hoje em dia chega a ser difícil pensar em abrir o navegador e acessar um site de busca que não o Google.
É justamente a partir dos fundamentos de empresas como o Google que o último Cara Cara com o Gestor, programa do Modalmais que vai ao ar toda quarta-feira às 17:30h, trouxe Ciro Alperti, gestor da SFA e grande entusiasta da empresa.
Para Alperti, o Google reúne características importantíssimas na geração de valor de uma empresa, além de impor grande barreira de entrada às concorrentes. Citamos algumas:
- Efeito de rede: cada usuário que acessa a função de Search do Google, deixa um rastro, que através de algoritmos, permite maior precisão em buscas futuras tanto para o usuário que iniciou como para os seguintes. Este mecanismo atribui ainda mais assertividade à plataforma, além de gerar maior efeito na rede como um todo. Isso se prova justamente com a constatação do Google ter se tornado sinônimo de Search e ser uma das marcas mais conhecidas do mundo por essa ferramenta.
- Liquidez: Hoje o Google possui receita de mais de 200bi de dólar e uma geração de caixa bastante líquida, o que de antemão já consiste em barreira de entrada para empresas que queiram competir neste nicho.
- Escala: quanto mais forte a empresa fica, mais dinheiro ela gera e mais ela cresce, seja pela própria expansão interna, seja pela aquisição de outras tecnologias e funcionalidades. É comum conhecermos o Google pela função de Search, mas o grupo Google é composto por outras diversas empresas, dentre elas o YouTube.
Conforme apontou Ciro, há uma avenida de crescimento do grupo e com grande potencial de crescimento, especialmente quando se trata de streaming de vídeo. Ressaltamos alguns deles:
- Anúncios digitais: mercado que veio para ficar e com enorme potencial de substituir outros veículos de marketing como outdoors (marketing estático) e anúncios em TV e em rádio. Os dois últimos, por sua vez, vêm perdendo cada vez mais espaço. A possibilidade de monetização de anúncios via Youtube, por exemplo, criou um mercado sólido, tendo de um lado o anunciante, do outro lado o potencial consumidor e, como intermediário, as plataformas digitais.
- YouTube: continua sendo a principal ferramenta de divulgação e criação de conteúdo na internet, pois, ainda que haja ferramentas se propondo a oferecer mídias similares, como é o caso do TikTok e do Instagram, essas ainda não possuem a penetração e audiência que o YouTube possui, hoje com cerca de 2 bilhões de usuários ativos. É importante notar que este é um ciclo vicioso, pois quanto mais usuários acessam, mais conteúdo é gerado, mais incentivo se tem para continuar utilizando, seja anunciando seja consumindo.
- Dados em nuvem: mais uma avenida de crescimento do grupo, com a possibilidade de armazenamento de informações em clouds, serviço já oferecido por outras empresas, mas que o Google não deixa nada a desejar.
Além dessas, há os chamados “Other Bets”, que segundo Alperti consistem em um plus do grupo, como é o caso do Google Play e YouTube Premium. Essas plataformas funcionam mediante assinatura paga e oferecem conteúdos exclusivos e outras funcionalidades.
Todas essas referências apenas evidenciam um fato: Google criou uma disrupção no mercado de tecnologia, cedeu o próprio nome ao serviço de busca na internet e ainda assim não esgotou seu potencial de crescimento, dado que a empresa segue batendo recordes históricos de receita.