Fitch avalia a fusão entre energéticas

Proposta consiste na Eneva (ENEV3) ter suas ações incorporadas pela Vibra (VBBR3)

A Fitch avaliou a fusão entre as energéticas, Vibra (VBBR3) e Eneva (ENEV3). A agência acredita que o negócio vai fortalecer o perfil de crédito da primeira, atualmente classificada com Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’, Perspectiva Estável.

A proposta consiste na Eneva ter suas ações incorporadas pela Vibra – ou outra estrutura a ser estabelecida. O molde seria de uma fusão de iguais, de forma que o conjunto de acionistas de cada companhia, ao término do processo, passe a deter 50% do total das ações da companhia combinada, e não inclui pagamento ou assunção de dívidas.

O novo grupo teria perfil de crédito mais robusto do que o individual da Eneva, pois partiria de uma base de negócios significativamente maior e mais diversificada, que contaria com a liderança da Vibra no setor de distribuição de combustíveis, e de uma estrutura de capital menos alavancada.

“A potencial negociação subsequente para aquisição dos ativos de geração de energia elétrica do Banco BTG Pactual também fortaleceria o perfil de negócio em bases consolidadas, por adicionar 710,5MW aos 5,5GW de capacidade instalada da Eneva – um incremento de 13%. Ao mesmo tempo, caso essa compra se materialize, o valor de aquisição dos ativos será crucial para a análise do novo perfil financeiro da Eneva”, avaliaram os técnicos da Fitch.

A Fitch provavelmente passaria a avaliar a Eneva com base na Metodologia de Vínculo Entre Ratings de Controladoras e Subsidiárias. Assim, os ratings capturariam a visão da agência sobre incentivos legais, operacionais e estratégicos de suporte da Vibra em favor da Eneva.

Em bases proforma, no período de 12 meses encerrado em 30 de setembro a combinação da Eneva e da Vibra reportaria EBITDA de R$ 7,6 bilhões e margem de EBITDA de 4,4%. Individualmente, a Eneva reportou R$3,6 bilhões e 36,9%, respectivamente. A alavancagem financeira líquida ajustada combinada seria de 3,6 vezes, frente a 4,8 vezes da Eneva. “A Fitch considera que os indicadores financeiros do novo grupo e da Eneva, em particular, dependeriam de uma eventual estratégia de crescimento via novos projetos de energia e da existência ou não de fluxo de recursos da Vibra para a Eneva, de forma a financiar parte dos seus investimentos”, avaliaram.

Eneva e o perfil

O perfil de crédito da Eneva reflete sua forte posição de negócios no setor de geração termelétrica no Brasil e suas vantagens competitivas como operadora integrada, com adequadas reservas de gás natural, sua principal matéria-prima. Estes fatores têm permitido à companhia robusta geração operacional de caixa, proveniente de contratos de longo prazo, e receita fixa relevante, ainda que a geração operacional de caixa possa apresentar oscilações naturais, já que parte da receita está atrelada a um volume de despacho não gerenciável.

“A Eneva tem conseguido repor suas reservas de gás e acessar fontes de financiamento, que representam fatores importantes de proteção do crédito”, enumeraram.

Na visão da Fitch, a companhia tem como importantes desafios reduzir sua elevada alavancagem, que deve ser superior a 4,0 vezes ao menos em 2023 e 2024, e a recontratação de 1,9GW de capacidade que tem contratos vencendo até o final de 2027, que representa uma receita fixa de cerca de R$3,7 bilhões, de um total estimado de R$8,8 bilhões.

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