Depois de suspensar a assembleia na tarde, a Eletrobras (ELET6) terminou a reunião e aprovou a privatização da empresa à noite de terça-feira (22). Enquanto o público brasileiro assistia o Big Brother, acionistas da companhia aprovaram os 12 pontos da pauta da reunião que eram necessárias para que o plano do governo fosse adiante – as abstenções foram altíssimas.
Paulo Guedes, ministro da Economia, porém, havia alertado que considerava difícil terminar a operação no primeiro semestre – o governo planejava terminar em maio, o que vai ser difícil. A Eletrobras vai realizar uma oferta pública primária de ações (e de ADRs, como são negociadas as ações da empresa em Nova York), que permite a diluição do capital votante da União para um patamar de 45% – efetivamente deixando o controle da empresa.
O governo terá uma golden share para poder decidir algumas questões em específico – e que efetivamente impede que algum grupo tenha controle efetivo sobre a empresa privatizada. Atualmente a União tem 51,82% do capital de forma direta e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem 16,78%. Após a oferta, o governo poderá começar a vender ações a mercado para, eventualmente, zerar a sua participação na empresa.
Agora, o próximo passo para a privatização é a aprovação no TCU (Tribunal de Contas da União), que deve ocorrer até o fim de março. O tribunal já havia permitido que a operação fosse adiante, muito embora tenha, dentro do tribunal, um juiz que tem fortes opiniões contra a privatização e seu preço. A empresa também deverá realizar a cisão da Eletronuclear, responsável pelas usinas de Angra, e de Itaipu, que vão ficar na ENBPar, uma nova holding para concentrar energia nuclear e binacional.
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