A Magazine Luiza (MGLU3) se tornou uma das queridinhas da bolsa após um rali histórico, em que as ações saíram do patamar equivalente de R$ 0,03 por ação na mínima do final de 2015 até R$ 28,27 em novembro de 2020, uma alta inacreditável de 94.133% ao longo de cinco anos.
Se alguém pegou essa alta, transformou R$ 1.000 em R$ 942.330, quase R$ 1 milhão, em apenas cinco anos. Quem apostou na Magazine Luiza, uma empresa de décadas, em seu processo de transformação digital, conseguiu ganhar muito dinheiro. Não importa quando o investidor entrou em Magazine Luiza, muito dinheiro foi feito, muita gente ficou rica por causa da geração de valor da empresa.
Para se ter uma ideia da magnitude dessa alta, a chamada “Bolha do Alicate” em 2011 com as ações da Mundial (MNDL3) foram uma alta de “apenas” 3.413%, e isso quebrou ou enriqueceu muita gente. Só que a “Bolha do Alicate” era uma manipulação do mercado, enquanto a alta da Magazine Luiza, reflexo de uma empresa que se transformou, cresceu diversas vezes, se tornou altamente lucrativa, expandiu seus canais de venda e virou uma das principais ameaças aos gigantes Amazon (AMZN34) e Mercado Livre (MELI34) no Brasil.
Na carta da administração referente ao ano de 2015, a Magazine Luiza explicava esse processo de transformação digital em cinco pilares: inclusão digital, digitalização das lojas físicas, multicanalidade, transformação do site em plataforma digital e a criação de uma cultura digital.
O mercado adorou o processo, a empresa viu suas ações dispararem praticamente até 2021, mudança total de patamar. A smallcap que movimentava R$ 2,5 milhões por dia na bolsa em 2015 passou a ser uma das ações mais populares da B3, movimentando até R$ 2,5 bilhões em um único dia.
O fim do começo da Magazine Luiza
E da máxima de 2020 para cá, a história foi bem diferente: queda de 83%, contando o recuo de 10% que a ação está tendo nesta terça-feira (15), para R$ 4,83. Essa queda fez com que os ganhos de quem tinha comprado a ação na mínima em dezembro de 2015 caíssem drasticamente, se alguém fez isso, os ganhos de 94.133% caíram para 16.133%, quase “80.000%” abaixo. Se alguém comprou na mínima, segurou até a máxima e agora vê a ação em queda de 83%, essa pessoa continua com uma das melhores operações da história da bolsa no Brasil.
A empresa apresentou prejuízo de R$ 79 milhões no quarto trimestre de 2021, mas ressaltou em teleconferência a crença de que deverá ter uma melhora gradual dos resultados nos próximos trimestres, com ajustes como redução de volumes de estoques e a retirada de alguns benefícios a vendedores no marketplace, se preparando para um cenário de inflação alta e crescimento fraco. Com isso, a empresa espera voltar a uma trajetória positiva e voltar a ser bem avaliada pelo mercado.
Agora, não mais como uma empresa pequena realizando um processo de transformação digital ambicioso – mas como uma das maiores forças do varejo brasileiro, com grande capacidade de inovar e servir os consumidores com maestria. E sobre a pergunta no título da matéria, a melhor resposta é o que disse Winston Churchill, lendário primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial: “não, esse não é o fim. Não é nem mesmo o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo”.
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