DREX: Dúvidas sobre a moeda

Nova tecnologia tem como objetivo acelerar as transações financeiras

O Brasil avançou mais um passo no processo de modernização dos serviços financeiros com o lançamento do Drex, na semana passada. O real digital foi apresentado pelo Banco Central e já é considerado o “primo do Pix”. De acordo com a instituição, a moeda digital vai propiciar um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia para cidadãos e empreendedores.

Já em fase de testes, a nova tecnologia deve chegar ao público no ano que vem. No momento, as instituições vão realizar testes para garantir segurança, privacidade dos dados dos usuários e escalabilidade. Segundo o head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa, a moeda vai movimentar as transações bancárias, trazendo mais agilidade e segurança para algumas operações. “Essa iniciativa tem tudo para facilitar a vida do brasileiro”, analisa. O especialista respondeu algumas dúvidas sobre Drex.

O que é o Drex?

O Real, na sua forma digital. Terá o mesmo valor em paridade com a moeda física que estamos acostumados a utilizar, mantendo os fundamentos. Essa versão digital será disponibilizada por meio de tokens gerados pelo BC, intermediados por instituições bancárias. Os valores poderão ser trocados por dinheiro físico ou o oposto. É importante destacar que o Drex não é uma criptomoeda, pois terá regulação no país e não terá variação de preço.

Quais os principais benefícios para a economia com essa novidade?

Um benefício fundamental é a simplificação das negociações. O usuário terá a capacidade de tokenizar diversos tipos de ativos, desde financeiros até imobilizados, e utilizá-los como garantia, por exemplo. Uma vez que o ativo esteja tokenizado, várias etapas nas relações comerciais serão facilitadas.

Imagine um cenário em que um cliente vá ao banco, solicite uma linha de crédito e utilize um imóvel como garantia. Em vez de precisar apresentar toda a documentação do imóvel, o cliente poderá simplesmente indicar o token correspondente, permitindo que a instituição financeira valide os dados por meio do Drex. Entre outras vantagens, podemos citar a privacidade, segurança jurídica, transparência, acesso financeiro, regulamentação, acessibilidade e liquidez.

Outro aspecto positivo é a conformidade (Compliance), já que a circulação por meio do Drex também dificultará a ocorrência de crimes como lavagem de dinheiro. Isso se deve ao fato de que a tecnologia blockchain proporcionará maior consistência na rastreabilidade.

Qual o impacto da criação do Drex sobre a imagem da moeda brasileira?

Após o lançamento bem-sucedido do Pix, o Banco Central dá mais um passo em direção ao avanço nos investimentos em tecnologia, em um momento em que apenas cerca de 3% das transações financeiras ainda são realizadas em dinheiro em espécie. Essa iniciativa tem tudo para facilitar a vida do brasileiro.

Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou o Drex em seu relatório sobre o cenário econômico brasileiro, reconhecendo-o como parte de um plano amplo para modernizar o sistema financeiro, que também inclui o Pix e o Open Finance. Com as facilidades que o sistema busca oferecer, a tendência é que haja uma forte adesão. No entanto, é importante considerar que, a princípio, o risco está relacionado ao controle que o Estado terá sobre todas as transações no país. No futuro, pode ser mais fácil impor bloqueios aos usuários com pendências ou infrações a responder, por exemplo.

Quais os principais benefícios da moeda digital brasileira para PJ e PF?

O barateamento por meio de contratos inteligentes e a desburocratização nas relações comerciais, bem como o maior acesso a instrumentos financeiros de investimento e empréstimo, estão sem dúvida entre os principais benefícios.

Qual as diferenças entre o Drex e o Pix?

O Drex nada mais é do que uma representação do Real no meio digital, que poderá ser utilizado em várias operações financeiras, como investimentos, pagamentos e empréstimos, enquanto o Pix é para transferências instantâneas. Lembrando que as relações com os bancos não mudam, as transações continuarão sendo intermediadas pelas instituições financeiras, ou seja, o Drex irá operar no âmbito do atacado, por meio dos bancos, enquanto o Pix será utilizado nas transações de varejo, com o cliente final.

Haveria impacto do primeiro sobre o segundo?

Não, os serviços se complementam, não são concorrentes, é possível inclusive que em breve o cliente faça um Pix usando o Drex.

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