O dólar promove volta à renda fixa, conforme análise da Multiplike. A empresa já movimentou R$ 30 bilhões em crédito nos últimos anos, e está entre as 10 maiores gestoras multissacado e multicedente do país.
Para o economista e CEO, Volnei Eyng, a moeda norte-americana fechou a sessão do dia 4 de outubro cotada a R$ 5,15, ou seja, rompendo desde o começo da semana a barreira dos R$ 5 com os quais vinha travando um esforço nos últimos dias. O mercado financeiro, inclusive, já havia precificado no final de setembro que o ativo ganharia tração nos dias à frente, e a expectativa é de que o dólar se mantenha próximo dos R$ 5 até o final de 2023, conforme projeção do Boletim Focus, divulgado dia 2.
O Focus é um compilado da opinião de economistas consultados pelo Banco Central (BC), e a projeção mais recente aponta o seguinte:
Câmbio/23: permanece em R$ 4,95
Câmbio/24: de R$ 5,00 para R$ 5,02
Câmbio/25: permanece em R$ 5,10
Volnei explica que a performance do dólar no dia 4 está mais relacionada às condições do mercado internacional do que aos movimentos internos. “Os últimos dias no Brasil foram bastante calmos e mesmo assim o ativo apresentou grande oscilação”, diz. Segundo o especialista, a força da moeda, nesta semana, se pauta nos movimentos do Federal Reserve, em especial na força dos juros altos, com a autoridade monetária de lá sinalizando a manutenção dos patamares elevados.
Acontece que a inflação nos EUA está pouco abaixo dos 4%, um volume épico para um país acostumado com algo próximo de zero. Já a meta de inflação é de 2%, e a previsão dos membros do banco, em sua mais recente reunião, indica uma nova alta de 0,25 ponto no juro. Isso se dá pela necessidade de conter o avanço dos preços.
Já no ambiente doméstico, Volnei lembra que o investidor deve acompanhar as contas públicas do governo, para não ser pego de surpresa. “Elas estão dentro da projeção, e a equipe econômica parece estar realmente disposta a zerar o déficit. Porém, entre o que se diz e o que se faz, há uma avenida de distância”, pontua.
Renda fixa na B3
Levantamento da B3 (B3SA3) mostra que o número de investidores em produtos de renda fixa cresceu 34% em um ano. Os dados dizem respeito ao primeiro trimestre de 2023 e a companhia afirma que a modalidade atraiu 4 milhões de novos investidores em 12 meses, chegando a 15,3 milhões de pessoas.
No relatório, conforme compilado pela XP Investimentos, se forem consideradas também outras categorias, os investidores na B3 somavam 17,6 milhões em março de 2023, enquanto em dezembro de 2021 esse número era de 13,1 milhões. De acordo com a pesquisa, que analisa a evolução dos investidores pessoas físicas na B3, 65% deles possuíam apenas títulos de renda fixa no período analisado.
O levantamento também apontou crescimento no número de investidores em:
Renda Variável ou equities (+23%);
Ações à vista (+12%);
Fundos Imobiliários – FIIs (+30%);
BDRs (+40%);
Tesouro Direto (+13%);
Captação Bancária (+37%) e
Registro de Valores Mobiliários (+28%).
Já o número de investidores de ETFs caiu 2% no período, de 529 mil para 520 mil.
Para Volnei, esses dados mostram com clareza que os juros altos fazem com que o investidor se volte para a renda fixa, ou seja, a Bolsa acaba perdendo aderência e outros produtos de investimento surgem no radar dos brasileiros.
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