Os dados da Associação Latino-Americana do Aço – Alacero indicam que, nos primeiros quatro meses de 2023, a produção de aço bruto foi 6,6% menor que no mesmo período do ano anterior, totalizando 19,4 Mt.
Em abril, a produção foi de 4,9 Mt, valor 5,6% inferior ao de abril de 2022 e 0,6% inferior ao do mês anterior. Os números são explicados pela queda mensal de 8,1% na produção de Forno Elétrico (2,3 Mt), enquanto Altos Fornos aumentou 7,2% (2,6 Mt) em relação a março de 2023.
No mesmo mês, a produção de laminados foi de 4,5 Mt, ou seja, 1,1% menor que abril de 2022 e 3,7% menor que o mês anterior. Os tubos sem costura caíram 11,6% no mês, enquanto os aços longos -5,4% e os planos -1,5%. Nos primeiros 4 meses de 2023 ficou 2,1% abaixo do mesmo período do ano anterior, com 17,8 Mt total.
Termômetro do setor de consumo
Os principais setores consumidores de aço apresentaram comportamento misto em março, com alguns aprofundando ou mantendo a tendência negativa exibida desde o quarto trimestre de 2022 e outros mostrando sinais de recuperação.
O setor da construção moderou o seu ritmo de contração. Embora tenha permanecido no vermelho desde setembro-22, a atividade caiu 1,4% a/a em março-23, uma taxa ligeiramente inferior aos -2,4% a/a de fevereiro-23. A queda foi impulsionada pelo fraco desempenho no Peru, Chile e Colômbia (com quedas de 12,4%, 8,4% e 7,5% YoY, respectivamente). A dinâmica positiva mas moderada do setor no México e na Argentina (+2,1% e +1,2% a/a, respectivamente) não conseguiu compensar a queda no restante da região.
Produção Industrial
Por sua vez, a produção industrial voltou a ter terreno positivo em março-23. Depois de cair 0,7% ao ano em fevereiro-23, a atividade manufatureira mostrou uma recuperação moderada durante o terceiro mês do ano (+0,8% a/a). Embora o setor acumule apenas dois recordes negativos nos últimos 15 meses, o comportamento recente denota uma estagnação acentuada (em particular, desde agosto-22). A alta no nível regional foi liderada pela Argentina (+3,1% a/a), seguida do México e do Brasil com avanços mais moderados (+1,1% e +0,9% a/a, respectivamente). Chile, Colômbia e Peru caíram 5,5%, 0,4% e 0,3% A/A, respectivamente.
Dentro da indústria, a heterogeneidade é a regra. A produção automotiva desacelerou em abril-23 após a forte recuperação em março-23 (+5,9% a/a versus +18,3% a/a); o sólido desempenho da Argentina (+24,1% a/a) e uma ligeira aceleração do México (+16,9% a/a) conseguiu compensar o vermelho do Brasil, que perdeu o ímpeto exibido no terceiro mês do ano (-3,9 % versus +20,0% A/A).
A produção de máquinas, por sua vez, permaneceu em terreno negativo em março-23 (-3,5% a/a), motivada por uma forte perda de dinamismo no Peru (caiu 11,9% a/a), Chile (+1,7% a/a) e México (-1,1%). Por fim, a fabricação de eletrodomésticos se recuperou em março-23, impulsionada pelo bom desempenho do Brasil e da Colômbia (+28,5% e +6,5% a/a, em cada caso), que conseguiram compensar a queda geral ano-a-ano queda no restante da região: Peru (-42,8%); Chile (-26,4%); México (-13,7%) e Argentina (-2,4%).
Comercialização e consumo de aço
Com relação ao comércio de produtos laminados, em março de 2023 as importações totalizaram 2,3 Mt, 2,9% acima do mês anterior e 16,4% acima do mês anterior. Nos 3 primeiros meses de 2023 ficou 8,5% abaixo do mesmo período do ano anterior, com 6,2 Mt total.
As exportações, por sua vez, somaram 894 mil toneladas (ou 0,9 Mt), 16,3% a menos que em março anterior e 18,6% a mais que no mês anterior. Nos primeiros 3 meses de 2023 ficou 23,9% abaixo do mesmo período do ano anterior, totalizando 2,3Mt.
Com relação ao consumo de laminados, em março de 2023 foram consumidas 6,3 Mt, valor 2,5% superior ao de março anterior e 18,1% superior ao do mês anterior. Destaque para os produtos longos, que cresceram 18,6% no mês, enquanto os aços planos cresceram 18,2% e os tubos sem costura, por sua vez, 7,2% a mais.
O primeiro trimestre de 2023 adicionou 17,5 Mt de toneladas, sendo o melhor trimestre desde o mesmo período de 2022. Os dados são 6,3% superiores aos do quarto trimestre de 2022 e 0,5% inferiores aos do primeiro trimestre do ano passado.
“Quando olhamos o consumo aparente de aço no primeiro trimestre de 2023, apesar de ter sido 0,5% menor que o mesmo período do ano anterior, vemos que foi 6,3% maior que o trimestre anterior”, diz Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero.
Em relação aos setores demandantes de aço, foi observado que o crescimento em março foi de 18,6%, enquanto os planos aumentaram 18,2%. “Por isso, nossas expectativas são de que os setores de construção e automotivo continuem sendo os principais agentes da recuperação do consumo regional ao longo de 2023, principalmente no Brasil e no México”, analisa o porta-voz.
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