Comprar casa: devo financiar ou investir?

Meta de compra é para 5 anos

Ter um imóvel é o sonho da maioria dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa do Censo de Moradia Quinto Andar e do Instituto Datafolha, 87% da população quer a casa própria e valoriza mais essa meta do que estabilidade financeira, religião e filhos. O problema é que adquirir um imóvel por meio de financiamento significa comprar justamente um e pagar por três, ou até quatro.

Por outro lado, quem aprende a poupar e investir seu próprio dinheiro só precisa pagar uma parte do preço do imóvel. O restante será conquistado com o efeito dos juros compostos e da possibilidade de negociar bons descontos, quando se tem o montante em mãos para liquidar a entrada ou comprar à vista.

Hoje, existem muitas possibilidades no universo de investimentos e, quem pesquisa o formato mais adequado para a sua realidade, sai na frente. O número de pessoas físicas investindo na bolsa de valores, por exemplo, não para de crescer: dobrou em 2020 e já ultrapassou 3,5 milhões de investidores em 2021. Portanto, quando se tem conhecimento, é possível lançar mão de uma experiência segura e palpável.

Para aqueles com a meta de conquistar a moradia dos sonhos em cinco anos, os títulos de renda fixa com esse prazo de validade podem ser uma opção. A modalidade é ideal para quem procura segurança e bons retornos. O investimento é realizado diretamente em títulos públicos e privados. Ou seja, quando a pessoa compra um título, está emprestando dinheiro ao emissor do papel, que pode ser um banco, uma empresa ou até mesmo o governo. Em troca, recebe uma remuneração após um determinado prazo com juros e correção monetária. Pode ainda receber parcelas de amortizações.

Atualmente, essa opção oferece taxas vantajosas, com valores que podem chegar a 13% ao ano. Nesse caso, quem investir R$ 1 milhão, por exemplo, vai receber aproximadamente R$ 10 mil mensais.

Existem ainda os investimentos de maior risco, como as ações negociadas na bolsa, os fundos imobiliários, os fundos de ações, o multimercado etc. O ideal é dedicar um pouco de tempo estudando para construir a sua própria carteira de investimentos com base no seu perfil de investidor.

Ainda nesse cenário, a tendência que vem despontando entre os investidores que buscam morar com mais conforto é optar por um aluguel de alto padrão e se desprender da ideia de ter o imóvel no seu nome. Sem dúvidas, investir desse jeito tem valido mais a pena do que passar a vida inteira pagando juros abusivos, muitas vezes sem nem colocar o prejuízo na ponta do lápis.

Para quem decide trabalhar seu próprio dinheiro, depois de alguns anos, a quantidade acumulada e investida será maior e os juros recebidos também, permitindo alugar imóveis melhores enquanto continua poupando e investindo. Isso viabiliza a construção da própria independência financeira, antes da aposentadoria.

Em uma cultura em que o brasileiro sofre com a falta de educação financeira, a maior parte das pessoas acaba aceitando pagar taxas de juros elevadas por muito tempo. Inclusive, o Brasil possui as maiores taxas de juros reais do mundo. Isso é ótimo para quem poupa e investe e péssimo para quem aceita passar a vida inteira assumindo dívidas.

O financiamento imobiliário oferecido pelos bancos permite que construtoras e incorporadoras possam vender imóveis para pessoas que não possuem nenhum dinheiro e ainda não sabem investir os próprios rendimentos. Financiamento é para quem não sabe ou não quer planejar o futuro, mas essa realidade vem se transformando. Técnicas e estratégias podem ajudar a identificar a melhor oportunidade. Investir em conhecimento é a chave no universo financeiro e pode render o sonho de morar bem de forma alternativa, inteligente e sem deixar a segurança de lado.

*Por Alexandre Milen, CEO da Harami Research

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