Você já deve ter ouvido alguém reclamar com a seguinte frase: “na bolsa eu subo de escada e desço de elevador”. Quem já operou na Bolsa sabe que uma alta de +X% não recupera uma baixa de -X%, é só usar a lógica da matemática. Uma ação que estava valendo R$ 100,00 e caiu 30% foi para R$ 70,00. Se no pregão seguinte ela subir 30%, valerá R$ 91,00. Uma perda de 9%.
Com isso é necessário alongar os lucros e parar os prejuízos (stop-loss). E o mais importante, saber escolher as melhores ações! É importantíssimo ter noção quais são os papéis que devem performar, até onde eles devem ir e, principalmente, o momento de vender e não ser pego no contrapé.
Existem duas técnicas básicas de análise de investimento que podem ser utilizadas para saber negociar ações: fundamentalista e gráfica, esta última também chamada de “análise técnica” pelo mercado.
Na primeira, a recomendação de investimento parte dos resultados da análise dos fundamentos macroeconômicos, setoriais e econômico-financeiros da companhia emissora das ações. Com isso, o investidor chega a um preço-teórico para a ação e acredita que o papel deve convergir para este valor em um determinado tempo – existem várias contas a serem feitas para determinar tudo isso, não é um mero “achismo”.
No segundo tipo, o analista estuda o comportamento histórico do preço e volume negociado do ativo financeiro em questão, para traçar tendências de comportamento de preço. Existem várias ferramentas, padrões e combinações possíveis, cada trader tem uma utilização diferente das ferramentas e opera com métodos diferentes, o que chamamos de “setup”.
Você geralmente vê as pessoas optando por uma ou outra, mas podemos combinar as duas – e eu pessoalmente, acho que isso é uma forte combinação. Embora existam debates sobre a eficácia de cada uma das técnicas, elas podem ser consideradas complementares.
Vou der um exemplo: o analista estuda o setor e a situação econômico-financeira da companhia para fazer uma recomendação de investimento. Seu trabalho é completado com a análise gráfica, que apontaria o melhor momento (chamado market timing) de compra ou venda.
Na prática, julgamos que apesar das disparidades conceituais, o domínio dos instrumentos das duas escolas só melhora as chances de ganho de um investidor em ações. Conhecimento e compreensão nunca é demais: um investidor é muito mais completo se souber operar com as duas escolas, compreender onde cada uma ajuda a outra e conseguir operar de maneira mais completa.
Generalizando, as informações da escola fundamentalista oferecem ao usuário elementos para decidir o que comprar, por outro lado, as ferramentas da escola técnica se prestam a sinalizar quando comprar (ou vender). Há quem entende que toda empresa, mesmo as que estão em má situação financeira, tenha capacidade de retornar ganhos ao especulador – afinal, o mercado precifica esse momento ruim – e trabalha com a análise gráfica sem olhar os dados financeiros das companhias, muitas vezes nem o próprio noticiário, já que os preços, em teoria, refletem tudo isso.
No meu próximo artigo eu quero aprofundar a você sobre as duas escolas de análise, e fornecer a você as melhores ferramentas de estudo para buscar melhores investimentos.