Uma guerra prolongada entre Rússia e Ucrânia é pior para a economia do que a pandemia de Covid-19, alerta o CEO da Volkswagem, Herbert Diess, em entrevista ao Financial Times. Ele destaca o impacto do conflito nas economias da Europa e da Alemanha, com a interrupção da cadeia de suprimentos se transformando em preços cada vez mais altos e escassez de energia.
As sanções impostas à Rússia e a retirada do país do mercado global possuem um impacto imenso – além de fornecer 40% do gás natural da Europa, a Rússia é fortíssima no mercado de commodities e fertilizantes, que impacta diretamente o Brasil. 22% de todos os fertilizantes consumidos no Brasil vem da Rússia e 6% vem de Belarus, que também está envolvido no conflito – é de lá que as tropas russas invadiram o norte da Ucrânia e chegaram, em poucos dias, em Kiev.
A Porsche, controlada pela Volks, já está atrasando a produção por conta da falta de peças, muitas delas vindos da Ucrânia. Diess também disse que o custo do “prospecto de guerra” é imenso para a Alemanha e Europa, com os mercados operando fora da normalidade por medo do conflito e os países aumentando os gastos militares. A inflação já se tornou global: nos Estados Unidos, a inflação anualizada bateu 7,9% em fevereiro, o maior patamar desde o início da década de 80. Na União Europeia, deverá atingir 7% este ano.
Esse cenário faz com que o CEO da Volkswagen peça que as negociações conduzam por paz. Embora ele seja, pessoalmente, a favor do máximo de sanções, a Alemanha precisa voltar à mesa de negociações para encontrar uma saída. “Nós temos que voltar para as negociações, para o diálogo, o que nós não queremos é uma guerra eterna na Ucrânia”, disse o executivo.
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